Acre entra na rota da soja

Acre entra na rota da soja e ministro Blairo Maggi vem incentivar produção – O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, um dos maiores produtores de soja do país, visitará o Acre na segunda-feira (13), onde se reunirá com representantes dos setores agrícola, agroindustrial e agropecuário, a convite do senador Gladson Cameli (PP-AC).

A visita do ministro coincidirá com a semana em que o pecuarista Jorge Moura vai começar a colher a produção do plantio experimental de 40 hectares de soja na fazenda Boa , no município de Capixaba, a 70 quilômetros de Rio Branco.

Um dos maiores entusiastas do cultivo de soja no Acre, o secretário estadual de Agropecuária, José Carlos Reis da Silva, disse que, além de Moura, outros dois pecuaristas estão com plantios experimentais no Estado.

— Estão fazendo isso em áreas degradadas num processo de integração da lavoura com a pecuária. Eles precisam disso para aumentar os ganhos.

O pecuarista Jorge Moura contou que a soja foi plantada em novembro e que não teria usado defensivo agrícola porque não apresentou praga ou fungos.

— Vou colher mais de 68 sacos por hectare. De 50 a 55 sacos por hectares a produção já é excelente. Tivemos alguma perda em alguns trechos da área onde se formou poças d’água, mas  isso é fácil de corrigir. No ano que vem vou plantar mil hectares. Minha produção já está vendida para um comprador de Rondônia.

Dono de um ”grande motel” em Cuiabá (MT), Moura disse que está disposto a ir embora do Acre caso encontre resistência dos órgãos estaduais de defesa do meio-ambiente.

— Nesse sentido, um pecuarista do Mato Grosso, dono de uma fazenda de 15 mil hectares, vive alertando para que eu me mude para lá. Quer uma quantidade de dinheiro e meu motel em troca da fazenda dele. E eu vou fazer isso caso tentem dificultar minha decisão de cultivar soja no Acre. Quando existe matéria-prima, surge a indústria. É uma corrente – acrescenta.

Na visão de Moura, o baixo desmatamento é a causa do empobrecimento do Acre.

— Na hora que a gente tiver 25% ou 30% desmatados, vamos ver a situação melhorar para todos. Vai acabar o desemprego, ninguém vai mais pedir esmola nas ruas, vão surgir escolas agrícolas para ensinar a juventude a produzir comida. Quando eu era vendedor ambulante de pão ou cobrador de ônibus, a gente ficava esperando sair o pagamento dos funcionários para a situação melhorar um pouco. O Acre continua assim. Na cidades onde ando, no centro-oeste e no sudeste, ninguém nem sabe quando sai pagamento de funcionário público porque a iniciativa privada move tudo. Dizem que só podemos cultivar soja em 4% das terras do Acre. Você já imaginou o que é 4% de 16 milhões de hectares? Quando isso acontecer, o Acre vai sair do buraco e a gente vai deixar de pedir dinheiro em Brasília para construir até cagador – filosofa o pecuarista.

Recentemente, quando o plantio de soja de Jorge Moura estava verdejante, o governador Tião Viana tratou de se esquivar do convite para visitar a propriedade. No lugar dele estiveram os secretários Reis e Sibá Machado, da Indústria e Comércio, além da vice-governador Nazaré Araújo.

No ano passado, ao receber a visita de empresários interessados em investir em soja no Acre, Tião Viana declarou que o Estado, com seu Zoneamento Ecológico Econômico definido, não precisa derrubar nenhuma árvore para plantar soja. Na ocasião, Viana disse que neste ano o Acre terá uma renda de R$ 1 bilhão com o peixe e, nos próximos três ou quatro anos, de R$ 1 bilhão com a suinocultura.

— Temos entre 30 e 40 mil hectares para o plantio de soja e toda a produção deve ser consumida no mercado interno. Se houver excedente, estamos ao lado do Peru, que consome do México e da costa oeste americana, e pode consumir do Acre – declarou Viana aos empresários, embora siga dizendo que o Acre possui centenas de produtos rurais sustentáveis tão ou mais rentáveis que a soja, como peixe, coco, , seringueira, açaí, frutas tropicais, milho e castanha plantada.

Notas da Embrapa e da Área de Meio Ambiente do governo do Acre

soja5A reportagem solicitou ao chefe-geral da Embrapa no Acre, Eufran Ferreira do Amaral, e ao secretário de Meio Ambiente, Carlos Edegard de Deus, para que se manifestassem por meio de nota sobre o cultivo de soja no Estado.

Além de Edegard de Deus, assinam a nota Paulo Roberto Viana (presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre), João Paulo Mastrangelo (Secretário Adjunto de Meio Ambiente), Magaly Medeiros (presidente do Instituto de ) e Alberto Tavares (presidente da Companhia de de Serviços Ambientais).

Com a palavra a Área de Meio Ambiente do Governo do Estado do Acre:

“Existem dois princípios consagrados nas políticas de proteção ambiental que é o da prevenção e da precaução. O primeiro é um dos mais importantes, sendo, inclusive, o objetivo fundamental destas políticas, onde estabelece que diante do perigo concreto de um dano, não se deve esperar que ele aconteça, fazendo-se necessário a adoção de medidas capazes de evitá-lo.

Já o princípio da precaução trata de um perigo abstrato, ou seja, é a incerteza científica, a dúvida, se vai acontecer ou não. Portanto, este princípio é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados.

A implementação da cultura da soja no Estado do Acre remete, inevitavelmente, a estes dois princípios, visto que esta atividade preenche todos os requisitos para adoção de medidas de prevenção e precaução quanto aos seus riscos ambientais, sociais e para saúde humana.

Portanto, não podemos permitir que a retórica política e econômica para tentar contrapor o modelo de desenvolvimento sustentável defendido pelos governos da Frente Popular, levem adiante políticas agrícolas sem que os impactos ambientais e sociais sejam analisados e julgados.

A área de meio ambiente do Governo do Acre, ancorada em vasta produção cientifica, reconhece na cultura da soja os seguintes riscos potenciais:

1. Ampliação do desmatamento. Muito se fala que a soja é ideal para ocupação de áreas já desmatadas ou degradadas. No entanto, de acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, Philip Fearnside, segundo cientista mais citado do mundo quando o tema é aquecimento global, a soja traz consigo o “efeito de arrasto”, que se refere a promoção de outras atividades destrutivas, acelerada por meio da infraestrutura construída para a soja. A soja pode ainda estimular o desmatamento mesmo que a floresta não seja derrubada para o seu cultivo, pois ao substituir as pastagens, a soja desloca a pecuária para novas áreas de floresta, onde por serem mais baratas, estimulam a ocupação com atividades menos rentáveis;

2. Degradação e contaminação do solo e da água. O Acre possui solos com limitações severas a mecanização e o uso intensivo, a EMBRAPA, por exemplo, sempre faz recomendações quanto a necessidade de um “manejo adequado”, o problema é que todo mundo envolvido sabe que é pouco provável que os critérios técnicos ou o “manejo adequado” sejam aplicados na prática. Agrotóxicos usados para combater doenças, insetos e ervas daninhas no cultivo da soja, tem impactos diretos no solo, na água e nas pessoas expostas a eles;

3. Custo de oportunidade dos serviços ambientais. Os impactos causados sobre os naturais afetados pelo “efeito de arrasto” da soja incluem a perda de biodiversidade, erosão do solo e contaminação dos recursos hídricos. Somente nos últimos 4 anos, por exemplo, o Estado do Acre recebeu mais de R$ 85 milhões por serviços ambientais relativos a redução do desmatamento, estes recursos estariam comprometidos caso tivéssemos um cenário de ampliação das áreas desmatadas;

4. Concentração fundiária. A soja requer investimentos pesados de maquinaria, preparação do terreno e insumos agrícolas, sendo, portanto, suportados somente por grandes produtores rurais, estimulando a retirada da familiar decorrente da conversão da em culturas mecanizadas. Além disso, a geração de empregos através do cultivo é mínima, de acordo com Carvalho (1999), a média é um trabalhador para cada 167 hectares de soja, em grandes plantações, esta relação é de um trabalhador para cada 200 hectares;

5. Controvérsia sobre sementes transgênicas. Uma fonte de polêmica é a ligação intima do cultivo da soja com a engenharia genética controlada pela agroindústria, onde pesquisadores tem expressado várias dúvidas sobre os impactos potenciais de libertar organismos geneticamente modificados no ambiente. Herbicidas de glifosfato, utilizados para o manejo de ervas daninhas no cultivo da soja, são supostamente ligados a desordens reprodutivas, danos genéticos, estimulação de tumores e outros efeitos em mamíferos. Algumas variedades de soja transgênica são mais resistentes a este herbicida, portanto, teoricamente, tem maior capacidade de acumulo desta substancia no seu organismo o que depois é transferido para os humanos.

É importante esclarecer que a luz da legislação ambiental do Acre, a cultura da soja jamais foi proibida, podendo ser plantada dentro dos limites de desmatamento que a legislação florestal brasileira permite. Se ainda não foi implantada em larga escala, é por uma decisão exclusiva do mercado, que ainda não encontrou condições favoráveis na relação custo/benefício em território acreano.

No entanto, devido aos fatores de riscos expostos acima e baseado nos princípios de prevenção e precaução no âmbito da política ambiental, a área de meio ambiente do Governo do Estado do Acre não recomenda a destinação de recursos públicos para incentivar a soja. E caso o mercado decida investir neste modelo de agricultura, considerando a demanda instalada por meio dos complexos agroindustriais de proteína animal (frango, suínos e peixe), entendemos que esta deverá ocorrer sobre rigorosa regulação visando a sua adequação aos padrões de sustentabilidade defendidos pelo Governo.

Carlos Edegard de Deus
Secretário de Estado de Meio Ambiente

Paulo Roberto Viana
Presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre

João Paulo Mastrangelo
Secretário Adjunto de Meio Ambiente

Magaly Medeiros
Presidente do Instituto de Mudanças Climáticas

Alberto Tavares
Presidente da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais”

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Com a palavra a Embrapa-Acre, em nota assinada pelo chefe-geral Eufran Ferreira do Amaral e o pesquisador Idésio Idésio Franke:

“O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, muito próximo dos EUA. Na safra 2015/2016, a cultura ocupou uma área de 33,17 milhões de hectares, o que totalizou uma produção de 95,63 milhões de toneladas. A produtividade média da soja brasileira foi de 2.882 kg por hectare. A soja se expandiu para o Cerrado e Amazônia, tornando-se as maiores regiões produtoras e fazendo com que o Brasil alcançasse esse patamar, graças ao aporte tecnológico e o empreendedorismo dos produtores rurais.

A soja ocupa uma área de aproximadamente 200 hectares, sendo cultivada por produtores em escala experimental. Há cerca de 19 anos atrás, a Embrapa Acre testou uma série variedades, em um sistema produtivo convencional, mas devido ao desinteresse dos produtores pela soja, a mesma não se expandiu.

O Estado do Acre possui áreas subutilizadas e/ou abandonadas que podem ser incorporadas à produção de grãos, uma demanda regional crescente para fornecer ração para as cadeias produtivas de aves, suínos, peixes e bovinos. O Acre possui cerca de 14% de seu território de áreas de florestas convertidas a outros usos da terra, equivalente a 2,3 milhões de hectares. Destes, cerca de 83% ou 1,9 milhão de hectares estão transformados em pastagens – das quais, aproximadamente 30% encontram-se em diversos estágios de degradação, nada menos que 570 mil hectares. Esses processos de degradação da terra e baixa produtividade agrícola tem sido observado em amplas regiões da Amazônia, com a ocorrência de erosão, compactação e perda de água e fertilidade do solo.

As principais terras aptas à mecanização, utilização de insumos agrícolas e indicadas ao cultivo de grãos no Acre, estão localizadas no sudeste acreano, nos municípios do Alto e Baixo Acre, principalmente em áreas já convertidas em pastagens, perfazendo mais de 300 mil hectares.

Um dos principais problemas para o cultivo de grãos na Amazônia e o Acre é a degradação dos solos pela utilização de sistemas de manejo inadequados, seja, pela falta de e condições econômicas do produtor, ou pela insuficiência de tecnologias agropecuárias que possam tornar essa produção sustentável.

A Embrapa possui uma série de iniciativas com vistas a aprimorar, transferir e difundir tecnologias para a expansão sustentável de grãos, como o sistema plantio direto com interface ao sistema integração lavoura pecuária e floresta em regiões produtoras de milho no Acre. A expansão e consolidação do sistema plantio direto no Acre e a integração com a pecuária permitirá a maior sustentabilidade na agricultura de grãos.

O aprimoramento do sistema de produção para o cultivo da soja no Acre exige uma série de estudos e pesquisas, nas quais a Embrapa, com o apoio de outras unidades e parceiros, vem empreendendo esforço, no sentido de viabilizar soluções tecnológicas para transferir aos produtores rurais e ao público local interessado.

Efetuar o planejamento da lavoura, usar insumos e máquinas de modo racional, verificar as exigências climáticas, espaçamento e a rotação de culturas, a fertilidade e o manejo do solo, o manejo integrado de ervas invasoras, pragas e doenças, a identificação de cultivares adequadas e de alta produtividade, a colheita e armazenamento dos grãos, a comercialização e a rentabilidade da produção, é fundamental para o estabelecimento de um sistema de produção com tecnologias adequadas ao nosso meio ambiente.

Esse conjunto de informações que será gerado nos próximos dois anos visa subsidiar os produtores de soja, cabendo aos técnicos fazer os ajustes e adaptações gradativas necessárias ao ambiente ou sistema de produção em que forem aplicadas.

A adoção de sistemas de rastreabilidade e certificação da produção em base a normas, critérios e procedimentos técnicos, dentre eles a observância do licenciamento ambiental, dos serviços ambientais e dos indicativos do zoneamento ecológico-econômico, possibilita a garantia de produtos seguros e de maior valor agregado no mercado consumidor.

A expansão sustentável da soja no estado do Acre somente será possível com a adoção de tecnologias que visam reduzir riscos e custos e aumentar a produtividade de forma sustentável, preservando-se o meio ambiente.

Sem a participação efetiva, esforço conjunto e cooperação de Instituições de Pesquisa, Ensino, Assistência Técnica, Extensão Rural e Setor Produtivo, as respostas às demandas, as informações, a capacitação e os resultados esperados não se tornam realidade.

A Embrapa e todas as instituições participantes esperam, assim, continuar contribuindo na busca de aumentos da produtividade, da produção, da economia e da sustentabilidade desta cultura no Acre, propiciando a elevação da renda e emprego, em benefício de toda .

Eufran Ferreira do Amaral
Chefe-geral

Idésio Franke
Pesquisador”

Esta matéria foi publicada originalmente no dia 09 de março no blog do jornalista acreano Altino Machado.  http://www.altinomachado.com.br Ao Altino, nossa gratidão por permitir a sua reprodução, na íntegra, neste nosso site da Xapuri.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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