Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.
Amazônia: Que outros vírus virão com o desmatamento?

Amazônia: Que outros vírus virão com o desmatamento?

: Que outros vírus virão com o ?

Por Amazônia Real/ Philip Martin Fearnside*

O único efeito positivo da pandemia de coronavírus – e a doença – é que ela gerou conscientização pública sobre os riscos de doenças emergentes. Pode-se esperar que isso resulte em que esses riscos sejam refletidos em  futuras, como as que promovem o desmatamento na Amazônia.

O desmatamento tropical fornece uma ponte para novas doenças passarem de populações de animais selvagens para humanos, como aconteceu no caso do coronavírus, que fez essa transição em um mercado de animais selvagens em Wuhan, na China, com pangolins e morcegos sendo os principais suspeitos.

Um artigo de Joel Henrique Ellwanger e de 13 co-autores (eu, entre eles) acaba de ser publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências . Intitulado Além da perda de diversidade e das mudanças climáticas: Impactos do desmatamento da Amazônia sobre doenças infecciosas e , fornece uma extensa revisão da literatura científica sobre esse assunto.

O desmatamento coloca as pessoas em contato próximo com a . Tanto a simples proximidade quanto o consumo de carne de animais silvestres podem permitir que patógenos animais “pulem” para os seres humanos.

A grande variedade de patógenos desconhecidos na Amazônia fez com que o Brasil fosse considerado um “ponto de acesso” para doenças emergentes.

As várias etapas na identificação de fatores que contribuem para o surgimento e a transferência de doenças infecciosas estão sob a égide de uma “perspectiva de saúde única”, que considera a saúde de uma população humana juntamente com a saúde das populações circunvizinhas de outras espécies . O desmatamento na Amazônia facilita a transmissão tanto de novas doenças como de doenças antigas como a malária.

A conexão entre desmatamento e doenças infecciosas é apenas mais um impacto do desmatamento, adicionado aos impactos da perda tanto da  da Amazônia como das funções climáticas vitais da floresta que evitam o  e reciclam a água essencial para áreas não amazônicas no Brasil (como São Paulo) e países vizinhos como a Argentina.

Todos esses impactos, incluindo os impactos na saúde pública, apontam para a necessidade de mudanças radicais nas políticas públicas, a fim de retardar e, um dia, parar o desmatamento na Amazônia.

*Este texto foi publicado originalmente no site da agência Amazônia Real, em 22/4//2020, e é de autoria de Philip Martin Fearnside é doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Michigan (EUA) e pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em (AM), onde vive desde 1978. É membro da Academia Brasileira de Ciências. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), em 2007. Tem mais de 600 publicações científicas e mais de 500 textos de divulgação de sua autoria que estão disponíveis no site do Inpa.

Fonte: Conexão Planeta


Salve! Pra você que chegou até aqui, nossa gratidão! Agradecemos especialmente porque sua parceria fortalece  este nosso veículo de comunicação independente, dedicado a garantir um espaço de Resistência pra quem não tem  vez nem voz neste nosso injusto mundo de diferenças e desigualdades. Você pode apoiar nosso trabalho comprando um produto na nossa Loja Xapuri ou fazendo uma doação de qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Contamos com você! P.S. Segue nosso WhatsApp: 61 9 99611193, caso você queira falar conosco a qualquer hora, a qualquer dia. GRATIDÃO!

Camisetas


[smartslider3 slider=13]


Mais do que uma Revista, um espaço de Resistência. Há seis anos, faça chuva ou faça sol, esperneando daqui, esperneando dacolá, todo santo mês nossa   leva informação e esperança para milhares de pessoas no Brasil inteiro. Agora, nesses tempos bicudos de pandemia, precisamos contar com você que nos lê, para seguir imprimindo a Revista Xapuri. VOCÊ PODE NOS AJUDAR COM UMA ASSINATURA?


[smartslider3 slider=16]


 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA