Amazônia tem queda de 22% no desmatamento anual

Amazônia tem queda de 22% no anual

Entre agosto e dezembro do ano passado, alertas registraram aumento de 54%. Tendência foi revertida neste ano, quando a redução da perda vegetal na Amazônia foi de 42%

Por Portal Vermelho

O desmatamento na Amazônia Legal teve uma queda de 22,3%, no período de agosto de 2022 a julho de 2023, em relação ao período anterior, que abrange 2021 e 2022. Os dados são do de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), sistema mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgados nesta quinta-feira (9). 

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do , entre agosto e dezembro do ano passado, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro, os alertas de desmatamento informados pelo Deter — sistema de alerta também mantido pelo Inpe — registraram aumento de 54%. Essa tendência foi revertida neste ano, quando a redução da perda vegetal na Amazônia foi de 42%.

Pelas , o presidente Luiz Inácio da Silva declarou: “o governo federal conseguiu, já nesse primeiro ano, reduzir a taxa de desmatamento em 22,3% em 2023, chegando à queda de 42% em 70 municípios prioritários, em relação a 2022”. Entre os estados, houve queda expressiva no , de 40%, após três anos de alta. O desmatamento também caiu no Pará (-21%) e em Rondônia (-42%), mas aumentou 9% no de Mato Grosso entre agosto de 2022 e julho de 2023.

Para o presidente, esse cenário foi possível graças à junção de ações econômicas, normativas e socioambientais, que envolve ministérios, Ibama, ICMBio e governos locais. E concluiu: “Vamos continuar o por desmatamento zero até 2030”. 

Durante entrevista coletiva em que os dados foram apresentados, a ministra Marina Silva declarou que por trás dessa queda “tem a decisão política do presidente Lula, de desmatamento zero; por trás disso, tem a decisão política de que o plano é política transversal e, por trás disso, tem a ação integrada do governo para alcançar esses resultados”. 

Entre as ações que levaram o governo a reverter a tendência de aumento na supressão florestal da Amazônia está a elevação de multas e embargos emitidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de da Biodiversidade (ICMBio).

No caso do Ibama, houve incremento de 104% na aplicação de multas (5.169) este ano. Já o ICMBio, responsável pela gestão de unidades de conservação, como parques nacionais, registrou aumento de 320% de multas, totalizando 1,7 mil sanções. Com isso, houve queda de 58% do desmatamento nessas áreas.

Destacam-se, ainda, ações como o combate ao garimpo ilegal, a reinstalação da Câmara Técnica de Destinação de Terras Públicas, a retomada do Fundo Amazônia e a atualização do Plano Safra para induzir a agricultura de baixo

Com Agência Brasil 

(PL)

Fonte: Portal Vermelho Capa: Valter Campanato/Agência Brasil


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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