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Antínoo: o jovem amante de um imperador que se tornou um deus

ANTÍNOO: O JOVEM AMANTE DE UM IMPERADOR

Antínoo: o jovem amante de um imperador que se tornou um deus

Historicamente, não se tem muitos registros do jovem Antínoo. Mas sabe-se que ele nasceu em Bitínia, na atual Turquia, por volta de 110 d.C. Ainda na adolescência, ele se tornou amante e companheiro do imperador romano Adriano. Também não existem relatos de como ambos se conheceram, embora alguns historiadores acreditem que isso deva ter ocorrido durante alguma das visitas do imperador à província do rapaz…

Por Denisson Antunes Soares/via Mega Curioso

Por outro lado, a coisa mais certa que sabemos sobre Antínoo é que ele morreu com apenas 19 anos, tragédia esta que colocou fim a um dos mais lendários e influentes relacionamentos entre um líder poderoso e um simples rapaz.

(Fonte: Antinous Gay God/Twitter/Reprodução)

(Fonte: Antinous Gay God/Twitter/Reprodução)

A trágica morte

Naquele , os romanos estavam mais flexíveis com relacionamentos entre homens, mas tal como os gregos, havia rígidas regras sociais que deveriam ser respeitadas. E, provavelmente, foi uma delas que causou a morte de Antínoo em 30 de outubro de 130 d.C., por afogamento no rio Nilo.

Uma das versões mais aceitas e plausíveis é a do historiador Royston Lambert, considerado um dos maiores especialistas na do rapaz. Para o pesquisador, ele se matou por estar deprimido devido as regras sociais: esse modelo de relacionamento só poderia persistir até quando o jovem completasse 19 anos. Há até relatos de mestres que se entristeceram profundamente quando os primeiros fios de barba dos rapazes começaram a nascer.

Outra teoria aceita é a de que o rapaz se sacrificou para ajudar o imperador do qual era amante. Adriano tinha um status que beirava a de um deus, e os egípcios, governados por , não andavam felizes com as parcas cheias do Nilo. Como era uma crença entre eles que o sacrifício humano poderia ajudar nas cheias, Antínoo poderia ter se oferecido para morrer e ajudar seu parceiro.

De amante a deus

(Fonte: Ashmolean Museum)
(Fonte: Ashmolean Museum)

Após a morte de Antínoo, uma das primeiras medidas adotadas por Adriano foi declarar o rapaz como um deus. Esse fato revela o tamanho da admiração e paixão que o imperador romano tinha pelo rapaz. Afinal, haviam casos de imperadores e suas esposas que passaram a ser considerados divindades após suas . No entanto, esta foi a primeira e única vez que um namorado de um imperador ganhou tal status.

Adriano foi além, fundou uma cidade nas proximidades do Nilo em a Antínoo. Templos foram erguidos para o jovem por toda extensão do Império Romano. Para alguns autores da época, ele se tornou tão famoso e popular que, nesse sentido, rivalizava com Jesus em algumas regiões. Em outras, ajudou a criar a cultos a divindades egípcias e romanas, como Osíris e Diana.

O resultado de todo esse empenho do Imperador Adriano é que Antínoo é uma das pessoas mais representadas na romana. Ainda hoje, é possível encontrar suas estátuas por todo o e em museus famosos como o Louvre e o Museu Britânico.

(Fonte: Listr Angel/Reprodução)

(Fonte: Listr Angel/Reprodução)

O caso de perdido entre Antínoo e o Imperador Adriano é, provavelmente, o mais famoso e trágico romance a inspirar boa parte das criações do final da arte clássica e também de artistas e escritores pelos quase dois milênios subsequentes. Seu simbolismo era tão grande que até no século XIX, durante a era vitoriana, escritores gays usavam como um código em seus escritos, como Oscar Wilde.

Publicado originalmente em 5 de março de 2022

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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