Aprender a conhecer, conhecer para preservar
Conectada com os temas das mudanças climáticas, recursos hídricos, povos originários e Cerrado – o Berço das Águas brasileiras –, a Escola Parque (EP) 210/211 Sul realiza, todo ano, atividades pedagógicas sobre esses temas em consonância com seus eixos transversais para conscientização dos(as) estudantes sobre questões socioambientais.
Este ano, em 18/4, Stefania Fernandes, professora de artes visuais, desenvolveu uma nova ideia para tra- balhar o conteúdo. “Uni as datas ambientais que integram os temas transversais e realizamos a apresenta- ção final no pátio, com envolvimento de professores de artes visuais, teatro e música”, informa.
Com o título “Aprender a conhecer, conhecer para preservar”, o trabalho foi realizado com as turmas de 4º e 5º Anos e materializou uma série de atividades pedagógicas inspiradas no Dia Mundial da Água (22/4) e no Dia dos Povos Indígenas (19/4).
“A apresentação do Dia dos Povos Indígenas foi uma adaptação livre do livro infantil de Donaldo Buchweitz, ‘Tulu em busca de um lugar para viver’. Os alunos pesquisaram na biblioteca da escola, escolhe- ram a história, adaptada para uma encenação. Produ- ziram os objetos cênicos, o cenário e fizeram desenhos e pinturas inspirados no livro. Cantaram músicas do livro na apresentação”, conta a professora. E informa que o trabalho foi enriquecido com a parceria com os professores de teatro e música.
ÁGUA: OBJETO SAGRADO NA EDUCAÇÃO INDÍGENA
Stefania conta que busca fortalecer o trabalho so- bre educação ambiental e sustentabilidade por meio da valorização da cultura dos povos originários e da ancestralidade e aplica esse conhecimento ancestral nos projetos pedagógicos, fazendo articulações entre isso e a metodologia e a missão da EP, que objetiva formar pessoas conscientes das causas socioambientais e produtoras de conhecimento. Busca também romper com antigas práticas de formação que transformam as pessoas em meras expectadoras passivas.
Ela explica que, na educação tradicional dos povos originários, “a água é considerada sagrada, um membro da família, e deve ser reverenciada antes de consumida. Uma sociedade que aprende a respeitar as águas irá preservá-las para as futuras gerações. A água é um dos elementos centrais da reprodução material e simbólica dos povos indígenas e das co- munidades tradicionais e está presente em vários mitos de criação”.
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EXPERIÊNCIAS AFETIVAS
O trabalho de Stefania é fundamentado na integração dos componentes curriculares e na proposta pedagógica da escola. “Essa integração visa a pro- porcionar experiências afetivas, que ampliam os co- nhecimentos dos estudantes por meio da escuta, do respeito e da valorização das diversas potencialida- des de cada um, dando a eles(as) protagonismo na construção do saber”, afirma.
Ela diz que quando o ato de compreender se torna prazeroso, tudo fica mais significativo. “Quando con- tamos uma história, estamos incentivando a criança a pesquisar, a descobrir e a interpretar. Por isso que o título da edição deste ano é ‘Aprender a conhecer, co- nhecer para preservar’”.
TÉCNICAS E PRÁTICAS ARTÍSTICAS
Assim, por meio das múltiplas linguagens de práticas artísticas, ela desenvolveu trabalhos sobre água, comunidades tradicionais e povos originários, usando as datas comemorativas e a pesquisa com pigmentos minerais: técnica que ela desenvolveu, em 2017, nesta escola. Antes da EP 210/211 Sul, já a aplicava na Escola da Natureza, onde lecionou.
As atividades deste ano dão prosseguimento às realizadas, em 2023, com os 4o e 5o Anos. “São quatro turmas: Cinza, Vinho, Prata e Bege. Os alunos que estavam no 4º Ano, em 2023, estão no 5º Ano agora. Trabalhei com eles novamente”. O trabalho está relacionado com o projeto de pós-graduação e com o ateliê pessoal dela.
Este é um espaço do Sinpro-DF para assuntos específicos do magistério público do DF, como experiências pedagógicas, campanhas, dentre outros. Se sua escola tem algum projeto ou atividade sobre o tema socioambiental, mande para o e-mail imprensa@sinprodf.org.br.
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