Argentina: Juiz manda invadir sede das Madres da Plaza de Maio. Militantes resistem.

(Sputnik) — El juez argentino Javier Cosentino ordenó allanar la sede de la organización de derechos humanos Madres de Plaza de Mayo para realizar un inventario de bienes de la entidad, aunque desde la asociación advirtieron que no permitirán el ingreso de las autoridades.

Tras afirmar en su cuenta de la red social Twitter que la Justicia “ordenó allanar la Casa de las Madres en feria judicial sin notificación”, la entidad ha su sede, situada en el centro de la ciudad de Buenos Aires, con varias de sus integrantes en el interior, entre ellas su presidenta, Hebe de Bonafini.

“Con las madres no”, agregaron.

“Dijeron que querían entrar, dijimos que no, finalmente entraron cuatro para levantar un acta, pero en ella advirtieron que pueden entrar por la fuerza pública”, contó la titular en la emisora Am750.

El abogado de Madres, Juan Manuel Morente, presentó un recurso con la advertencia de que el allanamiento es ilegal, puesto que la entidad no ha sido notificada.

“Estamos encerrados unos cuantos, nosotros no les vamos a abrir; si quieren entrar van a tener que romper todo”, advirtió De Bonafini. La orden judicial a la que accedió la organización exige un “inventario sobre la totalidad de los bienes existentes”.

La sindicatura responsable del allanamiento queda facultada “a requerir el auxilio de la fuerza pública, a allanar domicilios y a solicitar los servicios de un cerrajero en caso de resultar necesario”, añade la presentación.

Le puede interesar: Madres de Plaza de Mayo en las Malvinas, a 35 años de la guerra

Madres de Plaza de Mayo fue una entidad emblemática que reclamaba por la aparición de los detenidos desaparecidos durante la última dictadura argentina (1976-1983), y Hebe de Bonafini fue su líder más carismática.En 1986, el grupo inicial de madres se escindió en dos por diferencias políticas y por la forma de ejercer el liderazgo que tenía su titular. En la actualidad existe Madres de Plaza de Mayo-Línea Fundadora y la Asociación Madres de Plaza de Mayo, que sigue encabezando Hebe de Bonafini.

ANOTE AÍ:

FONTE: https://mundo.sputniknews.com/americalatina/

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

REVISTA