As bactérias deram origem à vida?

AS BACTÉRIAS DERAM ORIGEM À VIDA?

As bactérias deram origem à vida?

Questionar a origem da vida sempre foi intrínseco ao ser humano. Nesse contexto, diversas explicações foram sugeridas, desde pontos religiosos até pontos científicos

Por Fabiano de Abreu Rodrigues/via Mega Curioso

Uma das teorias mais conhecidas afirma que organismos vivos vieram em simbiose para criar células eucarióticas. Bactérias e arqueas se associaram, evoluindo em ambientes onde só se pensava ser possível a existência de eucariotos.

Enquanto a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos, a 1ª evidência fóssil de bactérias datam de 3,5 bilhões de anos, e a 1ª elevação significativa de oxigênio só aconteceu há 2 bilhões de anos.

Desse modo, a comunidade científica já provou que os primeiros seres vivos do planeta foram as bactérias e as arqueas — organismos procariontes, sem núcleo, que têm possibilidade de sobreviver em ambientes extremos.

Outro ponto é que organismos mais complexos, como o próprio ser humano, teriam nascido de células com núcleos que esbanjam energia, os eucariontes. As células deles podem aumentar ou diminuir o número de mitocôndrias de acordo com a demanda de energia sem precisar aumentar o tamanho das células, como os procariontes precisam.

Estudiosos de institutos de pesquisa de diversos países conduziram um experimento envolvendo bactérias de “vida livre”, ou seja, que vivem sozinhas na natureza. Desse modo, pensou-se também que a “ecologia” pode ser o elo perdido responsável pela centelha da vida.

Nesse estudo, a bactéria analisada se reproduz por meio de um processo chamado fissão binária, porém, quando a equipe forçou um “andaime ecológico” em grandes grupos de bactérias, foi encontrado um comportamento evolutivo parecido em grupos de espécies multicelulares.

Resumidamente, em diversas teorias, a conclusão é de que a origem das células eucarióticas é consequência de uma colaboração entre bactérias e arqueas. Cientistas também acreditam que grandes transições da evolução envolveram a fusão de mais ou dois seres vivos completamente diferentes, o que chamamos de endossimbiose, isso explicaria a origem das células eucarióticas e suas mitocôndrias. Porém, é válido afirmar que uma resposta definitiva ainda não existe.

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Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do Mega Curioso, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com o título reconhecido pela Universidade Nova de Lisboa; PhD em neurociência pela Logos University International/City University.

É também mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio/Unesco; pós-graduado em Neuropsicologia pela Cognos em Portugal e em Neurociência, Neurociência Aplicada à Aprendizagem, Neurociência em Comportamento, Neurolinguística e Antropologia pela Faveni do Brasil.

Conta com especializações avançadas em Nutrição Clínica pela TrainingHouse em Portugal, The Electrical Properties of the Neuron, Neurons and Networks, Neuroscience em Harvard (EUA). É bacharel em Neurociência e Psicologia pela Emil Brunner World University (EBWU) e licenciado em Biologia e História pela Faveni do Brasil; tecnólogo em Antropologia pela UniLogos (EUA); com especializações em Inteligência Artificial na IBM e Programação em Python na Universidade de São Paulo (USP); e MBA em Psicologia Positiva na Pontifícia Universidade Católica (PUC).

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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