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Belém é oficializada como sede da COP 30, em 2025

Belém é oficializada como sede da COP 30, em 2025

A conferência será realizada pela primeira vez na Amazônia e no Brasil; sessão plenária da COP 28 ainda oficializou Baku, no Azerbaijão, como sede da conferência do ano que vem.

Por Gabriel Tussini/O Eco

O Brasil foi escolhido hoje (11) como sede da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 30. A decisão, já acordada anteriormente, foi oficializada em votação unânime em sessão plenária da COP 28, em Dubai. A cidade de Belém, escolhida oficialmente pelo governo desde janeiro deste ano, será o palco da primeira conferência do clima em solo brasileiro e amazônico, a ser realizada entre 10 e 21 de novembro de 2025.

Segundo a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que segue em Dubai para os últimos dias da conferência, a COP 30 será crucial para a meta de limitação do aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. “Sabemos que a COP 30 será chave para a definição das novas NDCs”, afirmou a ministra, em referência às Contribuições Nacionalmente Determinadas – as metas climáticas de cada país –, durante a sessão que oficializou a escolha por Belém.

Também presente na atual conferência, em Dubai, o governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou na última sexta (8) que a COP 30 deverá ser uma “oportunidade para a convocação do planeta para o cumprimento das ambições e, acima de tudo, revisitar ambições” climáticas, e que a conferência de 2025 “se apresenta fazendo uma convocação para que a floresta esteja no centro das discussões, das soluções ambientais, das urgências climáticas”, projetou.

Ainda durante a sessão, as delegações aprovaram também a realização da COP 29 na cidade de Baku, capital do Azerbaijão. A decisão foi fruto de um arranjo diplomático mais complexo, já que o leste europeu – que deveria ser sede da próxima conferência pelo revezamento adotado entre regiões – vive momentos turbulentos.

Além da guerra entre Rússia e Ucrânia, a região viu ainda a invasão de tropas do Azerbaijão ao território de Nagorno-Karabakh, disputado com a Armênia, e a fuga da população armênia do local em setembro deste ano. A escolha de Baku foi fruto de um surpreendente arranjo entre os dois países “como parte de um esforço de pacificação”, segundo o site Climainfo. O problema, porém, é que mais uma vez a conferência será realizada em um país dependente de petróleo – segundo o think tank Carbon Tracker Initiative, o setor de petróleo e gás responde por 64% da economia do país, o que faz do Azerbaijão o 9º país mais economicamente dependente de combustíveis fósseis no mundo.

Gabriel Tussini – Estudante de jornalismo (UFRJ). Fonte: O Eco. Foto: Estevam / Audiovisual / PR.
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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