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Bozo-membro da CMD: “O certo é descer o porrete, o negócio é bullying, bullying em grevista”

Bozo-membro da CMD: “O certo é descer o porrete, o negócio é bullying, bullying em grevista”

Membro reacionário da Comissão de Mortos e Desaparecidos defende “bullying em grevista”

Filipe Barros (PSL), novo membro na Comissão de nomeado pela reacionária Damares Alves e por Bolsonaro, afirmou que o certo é descer o “porrete” nos protestos e que “o negócio é bullying, bullying em grevista”. Os reacionários que reivindicam a ditadura e a tortura também defendem a policial contra os e a juventude.

Por: Redação Diário

Agora, a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos conta com quatro novos membros escalados após decreto assinado por Bolsonaro e pela ministra da Mulher e dos Damares Alves.
Dentre os escolhidos estão dois militares e o dois membros do PSL, um dos quais é o deputado Filipe Barros (PSL-PR). Indicado diretamente pelo presidente, Filipe carrega em seu histórico a mesma bagagem abjeta de seus companheiros de partido, sendo um verdadeiro lambe botas da extrema e de sua ideologia preconceituosa. Filipe desde antes das é um verdadeiro porta voz dos discursos de ódio de Bolsonaro, tendo por exemplo, na greve geral de 2017, encabeçado ações que definiu como “bullying” contra manifestantes.
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Num carro com amigos, Filipe que na época era vereador, ao ver manifestantes nas ruas, da janela do carro gritava: “Vão trabalhar, seus vagabundos”. “O negócio é bullying, bullying em grevista.” Na época, disse ainda que se houvesse protesto na frente de determinada loja, ele desceria “o porrete”.
Agora, impulsionados pelo aprofundamento do autoritarismo e das medidas do governo que se sente fortalecido desde a da reforma da previdência em primeiro turno e vem em crescente , aprofundando cortes, ataques e repressão, segue a corja bolsonarista na mesma linha de Bolsonaro, que tem a cara de pau de questionar a Comissão Nacional da Verdade, chamando de “balela” os documentos sobre os assassinatos da , após ter dado declarações inaceitáveis sobre o assassinato e desaparecimento do pai do presidente da OAB e ex-militante Fernando Santa Cruz.
Diante dos inúmeros casos de contra LGBTS, manifestantes, contra negros e jovens nos últimos dias, não podemos aceitar que sigam Bolsonaro e seus representantes assegurando impunidade aos torturadores da ditadura. Exigimos o julgamento e punição de todos os crimes cometidos por civis e militares na ditadura, bem como a revogação da Lei da Anistia.
Fonte: EsquerdaDiário 

 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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