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Brasília: Greve na limpeza hospitalar

Brasília: Greve na limpeza hospitalar

Greve na limpeza hospitalar aguarda recebimento dos salários para acabar – 

Por: Robson –  Imprensa Sindiserviços-DF – 

Após os empregados da Empresa Ipanema nos serviços de limpeza e nos hospitais e postos de em Samambaia, Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia e o Hospital Materno Infantil de (HMIB), no Plano Piloto, cruzarem seus braços na segunda e terça-feira 13 e 14, a empresa se comprometeu em quitar o salário e o tíquete alimentação de dezembro do ano passado até a próxima sexta-feira (18).

O acordo foi firmado depois da reunião no final da tarde dessa terça-feira (15), na Secretaria de Estado da Saúde (SES/DF), entre a diretora executiva do Fundo de Saúde do DF, Beatriz Gauterio de Lima, e a presidente do Sindiserivços-DF – sindicato que representa os trabalhadores terceirizados, Maria Isabel Caetano dos Reis (Dona Isabel).

Após a reunião, a categoria foi consultada pelos diretores do Sindiserviços-DF nos piquetes de greve e decidiu que só retornará aos postos de quando os seus vencimentos forem efetivamente pagos. A principal justificativa dos profissionais são os constantes atrasos de salários e que ha anos vêm ocorrendo.

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Gestão passada

Durante a reunião a diretora do Fundo de Saúde relatou a situação problemática encontrada na SES/DF e que foi deixada pela gestão passada, pontuando que a Ipanema tem as parcelas contratuais dos meses de outubro e novembro para receber – dezembro é paga em janeiro deste ano, tendo se comprometido em quitar parte dos valores nesta semana e o restante na semana que vem.

Diante dos constantes atrasos salariais ocorridos nos anos passados, Dona Isabel explicou na reunião que os trabalhadores têm pagado suas contas quase sempre com atraso e pesada carga de juros, o que não são ressarcidos pelas empresas.

Salientou também para que o Fundo de Saúde do DF fiscalize com maior rigor as empresas contratadas para que cumpram com as determinações da Convenção Coletiva de Trabalho do Sindiserviços-DF, principalmente com a pontualidade no pagamento dos salários e benefícios dos trabalhadores.

A presidente do Sindiserviços-DF, por fim, aproveitou o encontro também para alertar a SES/DF sobre os sérios riscos que corre a higiene nos ambientes hospitalares, influenciados pelo insuficiente quadro de profissionais para a execução dos serviços de limpeza e conservação da rede pública de saúde no Distrito Federal.

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ANOTE:

Fonte: Matéria enviada via e-mail por Robson Silva, do SindiServiços.

Fotos: SindiServiços

 

 

 


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Leia a – Edição Nº 81


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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