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Células-tronco de dentes de bebê podem ser usadas para tratar dentes doentes

Células-tronco de dentes de bebê podem ser usadas para tratar dentes doentes

Cientistas divulgaram que células-tronco retiradas de dentes de poderão ser usadas para reparar lesões dentárias e consertar dentes mortos no . A regenerativa das células-tronco, aquelas que podem se transformar em várias estruturas do , permitiu aos pesquisadores restabelecer com sucesso o tecido interno mole do dente, também chamado de polpa dental. A pesquisa foi realizada com 30 pacientes na China.

Segundo o , a mesma técnica poderia ser usada também para reparar dentes adultos, substituindo os vasos sanguíneos e as conexões nervosas que geralmente desaparecem para sempre quando um dente sofre um dano grave.

O cientista Songtao Shi, da da Pensilvânia, disse: “Este tratamento dá aos pacientes a sensação de volta dos dentes. Com esta técnica, o paciente sente que o dente está vivo novamente”. Os pesquisadores envolvidos já relataram que, ao concluir o estudo, será possível desenvolver uma terapia segura e eficaz para os pacientes.

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Juliana Miranda

Como os pesquisadores apontam, quase metade de todas as sofre algum tipo de dano em um dente durante a , e quando isso acontece, o suprimento de sangue e o da raiz podem ser afetados, deixando o dente morto.

Os dentistas já usaram um tratamento chamado de apexificação para tentar estimular o desenvolvimento das , mas esta não é uma solução ideal, já que não substitui o tecido.

Os pesquisadores que trabalharam neste estudo aprofundaram os conhecimentos sobre a terapia com células-tronco dentárias retiradas de dentes de leite, tecnicamente conhecidas como células-tronco de polpa decídua humana (hDPSC). O ensaio clínico cultivou as células-tronco em laboratório. Em seguida, elas foram implantadas de volta no dente lesionado.

Os resultados mostraram que os dentes problemáticos das crianças que receberam o implante tiveram um aumento do fluxo sanguíneo e um aumento da espessura da dentina. A técnica também torna a raiz mais saudável, recuperando as sensações do dente.

Os pesquisadores disseram que o tratamento é encorajador, mas que ainda há muito trabalho a fazer, inclusive com a realização de testes mais amplos.

ANOTE AÍ

Fonte: Site de Curiosidades Sciencemag.org

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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