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Cerrado: em Rede somos mais fortes

Cerrado: em Rede somos mais fortes

Por: Redação/Rede Cerrado 

Dois mil e dezoito foi um ano de recomeços para a Rede Cerrado. A organização foi constituída na década de 1990 durante a ECO- 92 por um conjunto de entidades que, naquele momento, viram na articulação em rede uma estratégia de luta e resistência. Tornou- -se, ao longo dos anos, referência na área socioambiental e no apoio à construção de políticas públicas que visam proteger o Cerrado e garantir direitos aos povos e as comunidades tradicionais que habitam o Bioma. Com a retomada da Secretaria Executiva neste ano, a Rede Cerrado voltou ao seu caminho de origem.

“Se a gente, enquanto sociedade civil, não se organiza, a gente não tem possibilidade de avançar em uma política pública de desenvolvimento sustentável para o Cerrado. A gente precisa desse lugar!”. Foi o que disse Irene Maria dos Santos, do Instituto Brasil Central, durante a VII Assembleia Geral da Rede Cerrado, realizada em Brasília em maio deste ano. Ela que acompanha a organização desde o início destaca a Rede por ser, em um único espaço, uma articulação, uma mobilização e um intercâmbio de experiências. O evento foi um marco no reencontro das entidades e na retomada das ações desenvolvidas pela Rede Cerrado.

Diversas ações foram desenvolvidas ao longo do ano. Participações como no Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), no IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), no Seminário Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e no Seminário Dia Nacional do Cerrado, contribuíram ainda mais no fortalecimento da Rede Cerrado enquanto articulação. Hoje, mais de 50 organizações socioambientais com atuação no Bioma estão associadas à Rede Cerrado, representando, indiretamente, mais de 300 entidades de base.

Cerrado

A Rede Cerrado, durante 2018, ainda protagonizou outras ações tendo como objetivo central a defesa do Cerrado e dos seus povos. Lançado no dia 4 de setembro, o documento “Estratégias Políticas para o Cerrado” contou o apoio da Rede, que o apresentou no Salão Verde da Câmara dos Deputados para parlamentares e candidatos à Presidência da República. Além disso, a organização participou ativamente da I e II Oficina de Construção da Plataforma de Territórios Tradicionais, uma iniciativa do Ministério Público Federal (MPF), e ainda comemorou a posse do Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CONPCT).

Na perspectiva de levar o tema do Cerrado para outras regiões do Brasil, a Rede Cerrado, em parceria com a ActionAid e com a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, realizou um evento no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Com o tema “Cerrado em toda parte”, a atividade contou com seminário que relatou as principais problemáticas enfrentadas pelo Bioma e seus povos, atividades lúdicas para crianças e ainda apresentou produtos do Cerrado para os visitantes do Museu.

“A Rede faz parte da história das organizações sociais que lutam pelo Cerrado. Foram nos encontros dos Povos do Cerrado, promovidos pela Rede, que muitas políticas públicas foram discutidas e construídas. Também nesses momentos de encontros dos diferentes povos que discutimos o que nos afeta enquanto produtores, assessores e cidadãos”, salientou Rodrigo Noleto, coordenador administrativo da Rede Cerrado e coordenador do Programa Amazônia do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Para ele, esse tem sido o caráter da Rede Cerrado: “contribuir para a conservação do bioma, seus modos de vida e a economia das famílias que usam de maneira sustentável seus recursos”.

A conquista de direitos começa pela garantia da terra. Por isso, em novembro deste ano, a Rede Cerrado reuniu mais de 30 entidades associadas para a sua I Oficina de Territórios, cujo principal objetivo foi fazer um diálogo sobre direitos territoriais e trocar experiências a partir de diferentes formas de resistência e permanência na terra. Ainda na perspectiva de discussão sobre territórios, a organização participou da Oficina Estratégias em Defesa da Consolidação das Terras de Uso Comum, promovida pelo Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN), pela Terra de Direitos, FASE, Universidade Federal do Pará e a Universidade Federal de Brasília, juntando-se a grupos de discussão para futuras ações para 2019.

“Eu vou continuar na luta no combate à violência contra a devastação do Cerrado. Eu moro no Cerrado e ele é de grande importância para minha vida e para a vida da minha família”, afirmou Maria do Socorro Teixeira Lima, a dona Socorro, quebradeira de coco babaçu e atual coordenadora geral da Rede Cerrado. Para ela, o trabalho desenvolvido neste ano pela organização foi muito importante para a retomada e o fortalecimento da Rede Cerrado. “Agora, precisamos garantir a continuidade dessas ações”, destacou.

Todas essas ações de fortalecimento só puderam ser desenvolvidas porque a Rede Cerrado, atualmente, conta com o apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, na sigla em inglês Critical Ecosystem Partnership Fund) e do DGM Brasil – Mecanismo de Apoio Dedicado a Povos Indígenas, Comunidades Quilombolas e Comunidades Tradicionais do Cerrado Brasileiro.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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