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Chico Mendes – 30 Anos: Depois do Chico, a luta continua!

Chico Mendes – 30 Anos: Depois do Chico, a luta continua! Líder extrativista Joaquim Belo fala dos 30 anos da morte de Chico Mendes 

No ano em que se completa 30 anos da morte de Chico Mendes, o presidente do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Joaquim Belo, está no Acre para dialogar com lideranças, políticos e governantes sobre a atuação do conselho e a importância de planejar ações para o futuro que venham ao encontro da preservação ambiental…

 Por Concita Cardoso/Agência de Notícias do Acre/ Meio Ambiente

Em entrevista ao jornalista Bleno Caleb, da TV Aldeia, Joaquim Belo destacou que é de grande importância que se construa uma carta para os próximos 30 anos visando a viabilidade das reservas extrativistas e sua importância para a sociedade. “Ninguém acreditava que, fruto do que foi feito nos anos 70 e 80, herdaríamos um patrimônio que hoje soma 13% de uma Amazônia destinada a um público que o Chico defendia”, disse.
Segundo ele, a estratégia do conselho é preservar as reservas extrativistas como uma estratégia de garantir o direito das comunidades e o seu meio de produção. “Chico Mendes liderou o maior movimento socioambiental da Amazônia pela preservação da floresta e também pelo direito trabalhista de seringueiros e extrativistas. Ainda colhemos os frutos da luta desse grande líder seringueiro”, frisou Belo.
Uma extensa programação está sendo montada para ser realizada até o fim do ano pelos 30 anos de morte de Chico Mendes. Um desses eventos, previsto para outubro, é o IV Chamado da Floresta, que pretende reunir em Xapuri – cidade natal de Chico Mendes – mais de mil pessoas entre jornalistas, pesquisadores, acadêmicos e simpatizantes das causas ambientais.
Um dos conhecedores da história do líder seringueiro, o jornalista Elson Martins, hoje coordenador de jornalismo da TV Aldeia, revelou que foi  Chico Mendes que criou em 1985, em Brasília, o Conselho Nacional das Populações Extrativistas, como uma forma de nacionalizar a luta dos seringueiros acreanos diante da ameaça de desmatamento da Floresta Amazônica.
“Graças a esse feito, hoje em todo o país temos mais de 300 entidades inseridas no conceito de Reserva Extrativista (Resex). A proposta pregada por Chico Mendes era de que os seringueiros permanecessem em suas colocações. A partir daí, tivemos um modelo de reforma agrária mais justo e mais humano. O que o Chico fez foi um marco na luta das Reservas Extrativistas espalhadas pelo Brasil”, destacou Belo.
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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