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Cleópatra: Ícone feminino ao longo da história

Cleópatra: Ícone feminino ao longo da história – A despeito do que difundiu seu opositor Octávio Augusto, Cleópatra era linda, muito inteligente, astuta, incentivadora das ciências, da medicina e das novas descobertas.

A mais famosa rainha do Egito governou sempre com um homem ao seu lado: seu pai, seu irmão Ptolomeu XIII, seu esposo e irmão Ptolomeu XIV (casou com os irmãos, por costume egípcio, embora nunca tenha tido uma relação marital com eles) e, depois, com seu filho. Contudo, a autoridade de governar era, de fato, dela.

Cleópatra era egípcia por nascimento, porém pertencia a uma dinastia macedônica. A última rainha da dinastia ptolomaica que dominou o Egito nasceu em 69 a.C., na cidade de Alexandria, fundada por Alexandre, o Grande. Era filha do rei Ptolomeu XII Auleta e da rainha Cleópatra V. Subiu ao trono egípcio aos 17 anos de idade, após a morte do pai. Seu nome completo era Cleópatra Thea Filopátor, que significou “Glória do pai”.

Cleópatra tinha uma grande preocupação com o luxo da corte e com a vaidade. Costumava enfeitar-se com joias de ouro e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas, safiras e rubis), que encomendava de artesãos ou ganhava de pessoas próximas e familiares. Usou muito o lápis-lazúli em enfeites corporais.

Conta-se que utilizava leite de cabra em seus banhos e na ocasião da februália (precedente do carnaval moderno, que acontecia em fevereiro, em honra a Februs, deus associado à morte e à purificação) cobria-se de ouro em pó. Realçava sua beleza natural com forte maquiagem, com destaque para os olhos, sua marca registrada.

A rainha mais famosa do mundo era a perfeita combinação de beleza, espiritualidade, determinação e inteligência. Cleópatra foi considerada faraó, e nesta posição de deusa ela consumou sua ligação com Júlio César, o conquistador e, assim, solidificou sua ascensão ao trono.

Cleópatra era hábil estrategista e administradora, conhecida por sua educação. Ela podia ler, provavelmente, em dez ou doze línguas e era famosa por conduzir seus encontros diplomáticos na língua de seus interlocutores.

Antes de falecer em 51 a.C., Ptolomeu nomeou que seus filhos Cleópatra e Ptolomeu XIII deveriam reinar juntos como novos soberanos do Egito. Desde o início de seu reinado, Cleópatra compreendeu que Roma era a nova potência do Mediterrâneo e que, caso desejasse manter-se no poder, deveria manter relações amigáveis com ela.

Entretanto a ambição política e a influência dos preceptores de seu irmão e esposo forçam sua expulsão do Egito. A rainha não se dá por vencida e consegue juntar um pequeno exército de mercenários e regressa ao Egito para lutar contra o irmão.

Nessa época, Roma era representada por Pompeu, que foi vencido por César. Pompeu procura refúgio e é recebido por Ptolomeu XIII em Alexandria, que manda matá-lo para agradar a César que, horrorizado, recebeu de presente a cabeça de Pompeu.

Apesar de inimigos políticos, Pompeu tinha se casado com Júlia, a filha de César, que morreu dando à luz um filho de Pompeu. César então conquista Alexandria e decide resolver o conflito entre Ptolomeu XIII e Cleópatra.

Afastada do palácio real, Cleópatra desejava encontrar-se com Júlio César. O encontro se dá com o famoso episódio do tapete. Conta-se que, quando César chegou ao Egito, Cleópatra marcou um encontro com ele, para presenteá-lo com um tapete. Ao abri-lo, César encontrou a própria rainha em seu interior. Amaram-se nessa noite e em muitas outras.

Desse romance nasceu Ptolomeu XV César, o “Pequeno César” ou Cesário. César reconheceu a paternidade da criança, porém, recusou-se a torná-lo seu herdeiro. Em 46 a.C., a convite de César, Cleópatra instala-se em Roma, com o filho, fixando residência nos jardins do Janículo, próxima da então esposa de César (a terceira), Calpúrnia Pisônia.

Em Roma, Cleópatra elaborou o seu plano de hegemonia do Mediterrâneo. César ordenou que fosse colocada uma estátua de ouro de Cleópatra no templo da deusa Vênus Genetriz. César é assassinado. Cleópatra retorna ao Egito e executa o assassinato de seu irmão Ptolomeu XIV, no quarto ano do reinado dele, e no oitavo ano do reinado dela, e passou a reinar sozinha.

No ano de 42 a.C., Marco Antônio, um dos triúnviros que governava Roma após o vazio que a morte de César causou, convocou-a a encontrá-lo em Tarso para ela prestar contas a ele sobre a ajuda que dera a Cássio, um dos assassinos de César e, portanto, inimigo dos triúnviros.

Cleópatra chegou com grande pompa, navegando o Nilo em um barco com detalhes em ouro e tecidos nobres. A rainha convidou Marco Antônio para jantar e, no final do jantar, todos os utensílios, talheres e taças eram em ouro, e foram presenteados ao Triúnviro. Essa majestosa recepção e os atos sedutores de Cleópatra encantaram Marco Antônio. Apaixonaram-se, e desse amor nasceram os gêmeos Cleópatra Selene e Alexandre Hélio.

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Depois de quatro anos afastados, reencontram-se, a paixão reacende entre eles, e Marco Antônio passa a viver com Cleópatra em Alexandria.  Marco Antônio era casado com Octávia, irmã do triúnviro Octávio, mas existem relatos que se casou com Cleópatra, segundo o ritual egípcio. Nasce mais um filho de Cleópatra: Ptolomeu Filadelfo.

Octávio conduz o senado romano a declarar-lhe guerra em 31 a.C. Derrotado em uma batalha naval, o casal é preso no palácio real e comete suicídio. Cleópatra deixa-se picar por uma serpente Naja. Marco Antônio mata-se usando a própria espada. É o fim do império ptolomaico. O Egito torna-se uma província romana. Sua morte evitou a humilhação de uma execução pública.

Octávio dizima a família da rainha. Mata os filhos, começando por Cesário Ptolomeu César. Alexandria deixou de ser um lugar dedicado ao saber, passando a ser uma mera província romana no Egito. Cleópatra teve sua vida contada através de livros, de filmes e até de desenho animado.

Mal vista e mal falada entre os romanos, adorada pelos egípcios, sua história de vida e de morte continuam sendo um grande mistério. Na verdade Cleópatra é como um mito, uma mulher bela, sedutora e poderosa, um ícone feminino. Uma força feminina que não pode ser apagada da história. Salve, Cleópatra!

Iêda Vilas-Boas
Escritora


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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