EC Vila do Boa

Com projetos ambientais e tecnológicos, EC Vila do Boa chega a terceira etapa do Circuito de Ciências 2018

Demonstração dos resultados do  Água que temos água que queremos                                                                                                                             Fotos: Deva Garcia

Apesar da pouca idade, os alunos do 1° ao 5° ano, da Classe Vila do Boa, localizada em São Sebastião, cidade satélite de , já mostram que sabem a importância da e, principalmente, de proteger o meio ambiente. Graças ao empenho de professoras e professores comprometidos com aprendizado e , a escola inseriu diversos programas pedagógicos, que vão desde o incentivo à leitura até programas de robótica.

A iniciativa deu tão certo que pela primeira vez na história da escola, os discentes chegaram a terceira etapa do 8ª Circuito de Ciências 2018, promovido pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), com três projetos concorrendo. O circuito é um espaço destinado ao desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico, que possibilita vivências inovadoras aos estudantes e valoriza o pedagógico.

A escola apresentou os seguintes projetos: Água que temos água que queremos!; Lixo – conhecer, educar reduzir; e Robótica no contexto escolar.

De acordo com o Coordenador Pedagógico da Escola Vila do Boa, Melquisedek Aguiar Garcia, o trabalho começou a ganhar corpo ainda no começo de 2018. Segundo Garcia, a ideia de implementar os projetos surgiu a partir da análise do cotidiano dos próprios estudantes. Eles identificaram um problema e viram no aprendizado uma maneira de mudar a realidade em que estão inseridos. “As crianças utilizaram o conhecimento adquirido em sala de aula e colocaram em prática na comunidade. As pesquisas mostraram aos alunos que o descarte do lixo na comunidade é mal feito, o que consequentemente gera o surgimento de e diversos prejuízos para toda a população. Eles sugeriram aos órgãos competentes maneiras de reduzir o acúmulo de lixo e evitar a contaminação da água”, explica.

O projeto torna-se ainda mais importante se analisado do ponto de vista social, pois além de ajudar a proteger a natureza e buscar meios de reduzir o acúmulo de lixo através da reciclagem, gerou nos alunos um senso crítico. “A nossa escola está inserida e desenvolve esse trabalho em uma comunidade que, infelizmente, vive em um contexto em que existe muita vulnerabilidade social. Esta iniciativa traz à tona aos alunos a importância da por direitos e políticas públicas de e infraestrutura para melhorar a qualidade de de todos. A ideia é que a partir do exemplo visto na escola a comunidade aprenda a necessidade de cuidar do meio ambiente e participe ativamente dessa luta”, ressalta.

O modelo foge ao estilo tradicional de ensino mecanizado e mostra aos educandos que eles podem ser agentes de transformação e grandes profissionais no futuro. Melquisedek explica que os projetos atuam como uma injeção de ânimo em cada um. “Eles se sentem importantes. Participar de um projeto com esta magnitude, concorrer em um circuito nacional, e poder ver os resultados positivos, faz com que eles percebam que podem ser produtores de conhecimento; cientistas, engenheiros e tudo que sonharem”.

A mudança da abordagem pedagógica melhorou o desempenho, disciplina, comprometimento e até mesmo a autoestima dos estudantes

O aluno Mário Gabriel, 13, afirmou estar animado com as aulas práticas, principalmente as de robótica, e que sonha um dia ser cientista. “Eu estou aprendendo muitas coisas legais e diferentes na escola. Sei que um dia posso ser o que eu quiser”, explica.

Todos esses resultados positivos mostram que um modelo de aprendizagem participativo vai além dos muros da escola e contrapõe-se à proposição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que retira do aluno a possibilidade da construção de um aprendizado autônomo e consciente. Todo apoio aos alunos da Escola Classe Vila do Boa!

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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