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Condenado! Dallagnol

Condenado! Dallagnol terá de devolver dinheiro gasto na Lava Jato

Condenado! Dallagnol terá de devolver dinheiro gasto na Lava Jato

“Dallagnol encheu a cabeça de vocês de mentiras”, disse Lula a empresários na Fiesp…

Por Patrícia Cornils/via Jornalistas Livres

O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o ex-procurador Deltan Dallagnol, o ex-procurador geral da República Rodrigo Janot e o procurador João Vicente Romão a devolver R$ 2,8 milhões gastos pela força-tarefa da Operação Lava Jato com diárias e passagens não comprovadas devidamente. Cabe recurso à decisão, mas se ela não for suspensa até segunda-feira, dia 15, Dallagnol não poderá disputar uma vaga de deputado federal pelo Paraná na Câmara Federal pelo Podemos, como pretende.

Hoje o ex-procurador Dallagnol também foi citado pelo presidente Inácio Lula da Silva, em debate na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Lula lembrou que a Lava Jato destruiu setores de serviços de engenharia e de construção no Brasil. “Eu sonhava que o Brasil teria a terceira [maior] indústria petroquímica do mundo. Queria que a Brasken fosse essa grande empresa. Apareceu a Lava Jato para destruir a Brasken”, disse Lula. “Em nome de quem?

De um fedelho chamado Dallagnol, que encheu a cabeça de vocês de mentira? Conseguiu contruir um mundo de mentiras? Qual é a indústria de engenharia que nós temos hoje no país? Quantos anos levou para a gente construir uma indústria de engenharia que competia com os Estados Unidos, que fazia as obras em Nova York, o aeroporto de Miami?

Que estava tomando o mercado dos americanos no mundo árabe? Na África? Cadê? Acabou? Em nome de quem? Em nome de que honestidade? Em nome de que corrupção? Corrupção eles tentaram fazer, fazendo acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.”

Leia mais notícias sobre Deltan Dallagnol AQUI

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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