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Cordel do Carnaval

Serpentinas e confetes

Viva pierrô e colombina

Samba,choro e marchina

Frevo, transmistura fina

Escolas de Samba, blocos

A multifaceta divina

 

Abre Alas com Chiquinha

No entrudo, teve origem

Cordões pelas avenidas

Balanço que dá vertigem

A multidão se sacode

Manda embora a fuligem

 

Noel, Ari, Pixinguinha

Jacob com seu bandolim

Trio elétrico na folia

Armandinho, um serafim

Dodô e Osmar no ritmo

Salve o Senhor do Bonfim

 

Filhos de Gandhi e Ylê

Alceu no Maracatu

Olodom, Carlinhos Brown

Araketu, artê, Curuzu

Joãozinho Trinta, Jamelão

Maxixe, xote, axé, sol, lundu

 

Portela e Mocidade

Mangueira e Beija-Flor

Salgueiro e Imperatriz

O samba é imperador

Tijuca e Viradouro

O Carnaval é sedutor

 

Caprichosos e Rocinha

Império, Vila Isabel

O samba fez

Lá na terra de Noel

Porto da Pedra, Estácio

Carnavalu é puro mel

 

Banda de Ipanema, Momo

Rainha do Carnaval

No Codão da Bola Preta

O Pacotão monumental

Máscaras e fantasias

Animam meu Carnaval

 

No Carnaval da Bahia

Treme a terra em Salvador

O Pelourinho pega

Axé, samba e calor

Todo mundo na folia

Ritmos de paz e amor

 

Pernambuco balanceia

No Galo da Madrugada

Recife e Olinda pulam

De dia e na noitada

Frevo e Maracatu

Trio elétrico na estrada

 

Leandro de Itaquera, X-9

Os Gaviões na folia

Nenê de Vila Matilde

Mocidade é fantasia

Tatuapé, Casa Verde

Tem Vai-Vai na alegria

 

Camisa Verde e Branco

Unidos de Vila

Peruche e Tom Maior

Rosas de Ouro:

Tucuruvi, Águia de Outro

No samba do dia-a-dia

 

 

Bailes em todo o

Centro, Sul, Sudeste, Norte

O Nordeste pega fogo

Alma em teletransporte

Carnaval é poesia

A vida ilude a morte…

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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