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EU-MULHER

EU-MULHER Uma gota de leite me escorre entre os seios. Uma mancha de sangue me enfeita entre as pernas. Meia palavra mordida me foge da boca. Vagos desejos insinuam esperanças. Eu-mulher em rios vermelhos inauguro a vida. Em baixa voz violento os tímpanos do mundo. Antevejo. Antecipo. Antes-vivo Antes – agora – o que há […]

AVISO DA LUA QUE MENSTRUA

AVISO DA LUA QUE MENSTRUA Moço, cuidado com ela! Há que se ter cautela com esta gente que menstrua… Imagine uma cachoeira às avessas: cada ato que faz, o corpo confessa. Cuidado, moço às vezes parece erva, parece hera cuidado com essa gente que gera essa gente que se metamorfoseia metade legível, metade sereia. Barriga […]

A poesia libertária de Luiz Gama

A poesia libertária de Luiz Gama Luiz Gama, o filho da negra Luíza Mahin e sua poesia libertária   “[…]Eu bem sei que sou qual grilo De maçante e mau estilo; E que os homens poderosos Desta arenga receosos Hão de chamar-me — tarelo, Bode, negro, Mongibelo; Porém eu que não me abalo, Vou tangendo […]

O Tao do Cerrado

O Tao do Cerrado Por Romulo Andrade  Resistência milenar às adversidades: solo ácido, seca, raio, fogo, foice ignorância, motoserra, trator e correntão. Com as suas profundas raízes – quando queimado, na primeira chuva capaz de renascer em rubros brilhantes, tenros brotos. Não tem a exuberância da mata tropical discreto, guarda remédios preciosos sortilégios e segredos, […]

Perguntas de um Operário Letrado

Perguntas de um Operário Letrado Em agosto de 1956 perdemos Brecht. O poeta marxista conduziu a locomotiva histórica na construção da narrativa dos trabalhadores. Por Bertolt Brecht Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, Mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilónia, tantas vezes destruida, Quem outras […]

Lá Vai o Menino…

Lá Vai o Menino… Por Assis Pereira Caderno de 96 folhas Meninice a caminhar Escola à frente, sonhar ardente Vida a se desenhar… Lápis, caneta e borracha Mochila: saco de arroz Tudo de novo no fronte Teimoso, intesecado, ah pois… Nada e nada a temer Vida que segue feita rio Curvas, rebojos e estirões Novos […]

Pablo Neruda: O pai

Pablo Neruda: O pai Pablo Neruda foi um importante poeta e escritor comunista. Chileno e defensor de uma América Latina justa, Neruda utilizava, para além de suas travessias no mundo lírico, da linguagem poética como veículo de expressividade política.  Por Pablo Neruda Terra de semente inculta e bravia,  terra onde não há esteiros ou caminhos,  […]

Conceição Evaristo: De Mãe

De Mãe Conceição Evaristo em seu estilo de escrevivências propõe ao leitor refletir sobre as condições sociais ao mesmo tempo em que apresenta sua vida, sua história e, principalmente, sua ancestralidade. Nesse sentido, na obra “De Mãe” é difícil não enxergar uma escrita brilhante que carrega ao leitor todo um conjunto de sentimentos. Por Conceição […]

Amo Brasília

Amo Brasília Por Maria Maia Amo Bsb com um Amor total e tão sentido Como se do céu (mar de Lúcio) eu mesma a tivesse parido Amo Bsb com um Amor imortal Mirando a blz de Oscar naquela Catedral Passeando em jardins de Burle Marx Me farto errando pelo Eixo Monumental No meio de tudo […]

Andreia Prestes: Poesia, poesia, poesia!

Poesia, poesia, poesia!

Andreia Prestes: Poesia, poesia, poesia! Poesia pra sentir o vento Poesia pra valer a pena Poesia pra fazer sentido Poesia Poesia pra não adoecer Poesia pra não desanimar Poesia para não morrer Poesia Poesia pro sol nascer Poesia pro dia raiar Poesia pra conseguir respirar Poesia Poesia pra rir Poesia pra chorar Poesia pra lutar […]

Nicolas Behr: O descobridor de Brasília

Nicolas Behr: O descobridor de Brasília Se formos desencavar a gênese de Brasília, no baú encontraremos os nomes de Cruls, o inventor; Niemeyer, o criador; JK, o implantador; e Nicolas Behr, seu descobridor. Um, com mapas e astronomia. Outro, com arquitetura e urbanismo. Outro mais, com projetos e concreto armado. E o seguinte, com poesia. […]

Mãos Ásperas, Mãos Agrestes, Mãos Contrárias

Mãos Contrárias: Mãos ásperas, mãos agrestes

Mãos Ásperas, Mãos Agrestes, Mãos Contrárias Minhas mãos não nasceram para as palavras, mas para as ações pesadas que tantas vezes dispensam o tão inútil pensar. Minhas mãos em sua essência são mãos ásperas, agrestes, que de rugas se revestem na perpetuagem do tempo. Minhas mãos nasceram para amansar cavalos e segurar bois. Procuram, no […]

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