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Cordel do Jô

Cordel do Jô

a Jô Soares

Por Gustavo Dourado

 

O Jô nos deu alegria
Humorista e escritor
Pensador universal
Dramaturgo-diretor
Foi um ator de primeira
Com alma de cantador

Quem Matou Getúlio Vargas?
Jô Soares no enredo
O Xangô de Baker Street
Nos revela o segredo
“É um dia , é um dedo, é um dado
É um dado, é um dia, é um dedo”

Autor de vários livros
Romances, teatro, novela
Estudou a alma humana
Eu e tu, nós, ele e ela
Tirou pedras do caminho
Abriu a porta e a janela

Transmutou conhecimento
Sentimento e emoção
Ativista em movimento
Um alquimista da paixão
Teve espírito de Poeta
Fez feliz a multidão.

Foi um profeta da mídia
Sujeito bom arretado
Pintou o 7, noves fora
Sorriu no sapateado
Querido pelos colegas
Pelo bem amado

Tocava sax e tambor
Foi ritmista afinado
Entrevistava muito bem
Poliglota refinado
Respeitado pela mídia
Dançava xote e xaxado

Dominou várias linguagens
e
Bom ouvinte bem atento
Gostava de boa
Rosa, Cora, Suassuna
Joyce, Amado, alta

Leu cordel e Shakespeare
João Grilo e Malazarte
Foi um clássico do humor
Foi um ás em sua
RInovador, criativo
Integra, une e reparte.

Leu romance e
Cabral, Drummond e Gullar
Cecília, Augusto e Bandeira,
Também sabia recitar
Aderaldo e Patativa:
Num Galpoe à Beira Mar.

Apreciava jazz e blues
Choro, bolero e samba,
Um bom tango de Gardel
Jô Soares foi um bamba:
De Cartola a Pixinguinha
Com Garoto e Trio Tamba

Tinha o gen paraibano
E parte com Lampião
Afilhado de Corisco
E parente de Cancão
Em matéria de humor
Ganhava até do Cão

Gênio da televisão
Comediante inovador
Renovador criativo
Homem de paz e amor
Adiante do seu
Um vate rei do humor

Seu sexteto, obra-prima
Animou o coração
Artista, grande talento
Transmitia emoção
Jô com criatividade
Faz uma Revôolução

Escreveu como ninguém
Atuou na Academia…
Merece nosso carinho
Por sua tão fina ironia
Um crítico dos poderes
Amava o povo em dia

Que Deus ilumine o Jô
Foi um artista da alegria
da cultura
Diamante em sintonia
Ouro puro do prazer
Jô em eterna sinfonia.

http://xapuri.info/cartunista-faz-humor-como-protesto-na-africa-do-sul/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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