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Para que prevaleça a Democracia!

Para que prevaleça a Democracia! Quem é mais odiado? A luta continua

Em 28 de outubro, retornaremos às urnas pra decidir os futuros governantes do país.
 
Por Rafael Vasconcelos
 
Em um primeiro turno marcado por surpresas, a imprevisibilidade já pode ser considerada uma das características das eleições 2018. Mas o que esperar das eleições presidenciais, em que a polarização já se fez presente desde as primeiras pesquisas?
 
Primeiramente, é preciso entender que a polarização política no estabeleceu-se em 1994 com a oposição PT x PSDB, que perdurou até as eleições de 2014. O embate “ versus ” foi, durante todos esses anos de República Nova, o sustento das discussões políticas no país.
 
Porém, esse ano, Geraldo Alckmin não foi páreo para outro representante, desta vez da direita mais conservadora, ou ainda, da extrema-direita.

Jair Bolsonaro, com suas afirmações de intolerância e rigidez, conquistou grande parte da opinião pública e, em sua primeira candidatura à Presidência, após sete mandatos como Deputado Federal.

Em segundo lugar, esteve a chapa do PT, formada por Haddad e Manuela D'Ávila, que deseja retomar as políticas de Lula e representar a esquerda no país.
É preciso atentar-se a dois fatos.

O primeiro seria investigar por que um candidato de ideais discriminatórios, que promove a e que faz abertamente declarações preconceituosas, conquistou o primeiro lugar no primeiro turno das eleições.

Na verdade, em alguns momentos da apuração, parecia que não haveria um segundo turno. Com 46,03% dos votos, Bolsonaro esteve a 5% de ser eleito já em primeiro momento. Apesar de toda a campanha “#EleNão”, que repercutiu largamente nas ruas e nas redes sociais, o eleitorado brasileiro depositou seu voto numa chapa claramente intolerante.

O candidato à vice-presidente, General Mourão, em suas redes sociais, já criticou a existência do 13º salário e afirmou que seu neto demonstra o “branqueamento da raça”.

São declarações como essas, racistas e contra os direitos dos trabalhadores, que estão em voga no Brasil. E mais absurdamente: estão ganhando força.

Para agravar a situação, as “fake news” estiveram e estarão presentes até o fim do período eleitoral.

Vídeos falsos circularam nas redes sociais, alegando que não eram computados votos para Jair Bolsonaro em urnas fraudadas, o que agitou as seções eleitorais e ampliou a insegurança e o sentimento de ódio em alguns locais de votação.

O segundo fato que será preciso se atentar é a conquista do PT na participação deste segundo turno.
Apesar de todas as denúncias contra o partido e da prisão do ex-, a chapa petista alcançou o segundo lugar na opinião pública.

Esse fato representa a resistência do povo às novas políticas desenvolvidas pós-Dilma e a confiança que grande parte dos brasileiros investe na figura de Lula.

De certo, a utilização do ex-presidente na campanha foi decisiva para esse resultado. Mas serão vários os desafios para a eleição de Haddad e Manuela.

O maior desafio será vencer o antipetismo que se instaurou na consciência de grande parte da população.

Após a veiculação massiva nas grandes mídias de denúncias e suspeitas de corrupção durante os governos do PT, a desesperança na administração do partido se estabeleceu fortemente.

Outro desafio, por sua vez, seria a captação de novos votos. Será preciso a união dos partidos de esquerda e de centro para a derrota de Bolsonaro.

Nem mesmo somando os percentuais de Haddad e Ciro Gomes no primeiro turno se alcançaria os 46% de Bolsonaro.

Trata-se de um desafio para o PT e uma nova estratégia precisará ser traçada. Será necessário reunir todos contra o fascismo.

Pode ser que Haddad não seja o representante favorito de muitos eleitores, porém, a escolha deverá ser pautada sob princípios democráticos.

Enfim, sabe-se que as próximas duas semanas serão de bombardeamento de informações, de fake news, e de debates fervorosos.

Sabe-se também que o ódio disseminado nessas eleições paira no ar. São tempos preocupantes para o futuro e o presente do país.

E para nós, participantes da sociedade civil. É imprescindível que os planos de governos sejam revisados e que o voto seja feito com consciência.

A defesa do estado democrático de direito e dos precisa ser a base do novo presidente.

É necessário que cada eleitor reflita sua posição como brasileiro e como parte da sociedade antes de voltar às urnas.

Será preciso resgatar ideais de empatia, de preocupação social e de respeito ao direito de escolha e de expressão do outro nesse segundo turno.
A democracia precisa prevalecer!
Fonte: Agência de Notícia das Favelas

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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