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Doenças negligenciadas afetam 1 bilhão de pessoas no mundo

Por afetarem regiões pobres, doenças tropicais negligenciadas recebem pouco investimento em pesquisa

Por: Fernanda Garcia, do observatorio3setor

Doenças tropicais negligencias (DTNs) são um grupo de doenças recorrentes na África, na Ásia e na América Latina, e atingem, na maioria das vezes, pessoas pobres.

Segundo o relatório ‘Fighting Neglect' (‘Combatendo a Negligência', em português), divulgado em 2012 pela organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF), essas doenças afetam cerca de 1 bilhão de pessoas, em 149 países. Crianças representam metade das vítimas.

O estudo foi apresentado pela primeira vez no durante o 18º Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, e mostra a experiência de 25 anos da MSF no manejo da doença de Chagas, da doença do sono e do calazar.

Essas doenças, juntamente com outras 17, são classificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como negligenciadas e causam a morte de cerca de meio milhão de pessoas por ano.

O estudo chama a atenção para a necessidade de mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de novos e efetivos diagnósticos.

Como as populações afetadas não representam um mercado consumidor interessante para a indústria farmacêutica, porque são pobres, não há investimentos em melhorias relacionadas ao tratamento.

A MSF aponta que entre 1975 e 2004 foram criados 1.556 medicamentos, mas apenas 18 para doenças tropicais negligenciadas. A falta de interesse na pesquisa e desenvolvimento de remédios e o isolamento e a dificuldade de acesso por questões de segurança aos locais de surto das doenças deixam 1 bilhão de pessoas afetadas por essas doenças sem esperança.

Atualmente, 20 categorias constam na lista de doenças tropicais negligenciadas produzida pela Organização Mundial de Saúde.

Fonte: https://observatorio3setor.org.br/noticias/doencas-negligenciadas-afetam-1-bilhao-de-pessoas-no-mundo/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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