Vivemos sempre entre duas alegrias. Há a alegria que vem de dentro de nós mesmos e há a que vem de fora. Quero que as duas sejam suas. A alegria que nos vem do íntimo não pode acabar nunca
Por João de Deus de Souza
Há a alegria que vem de dentro de nós mesmos e há a que vem de fora.
Quero que as duas sejam suas.
Que encham as horas deste seu dia,
E todos os dias de sua vida;
Pois quando as duas se encontram e se unem,
Há um tal canto de alegria que, nem o canto da andorinha,
Nem o canto do rouxinol, se lhe pode comparar.
Mas, se uma delas, somente, devesse lhe pertencer;
Se por você eu devesse escolher,
Escolheria a alegria que vem nos vem do íntimo.
Porque a alegria que vem de fora
È como o sol que se levanta de manhã e que, à tarde se põe.
Como o arco-íris que aparece e desaparece;
Como o Calor do verão que vem e se retira;
Como o vento que sopra e passa;
Como o fogo que arde e depois se extingue…
Muito efêmera; muito fugitiva.
Tenho necessidade de alguma coisa que dure;
De alguma coisa que não tenha fim,
Que não possa acabar de repente.
E a alegria que nos vem do íntimo não pode acabar nunca.
Ela é como o rio tranquilo,
Sempre o mesmo; sempre presente.
Ela é como a rocha;
Como o céu e a terra que não podem nem mudar nem passar.
Gosto das alegrias que nos vem do interior, lá do íntimo.
Nunca as rejeito.
Todas surgiram em minha vida na hora mais conveniente.
Foram uma sagrada força e um apaziguamento.
Foram luminosas e doces;
Esplêndidas e raras…
Eu as bendigo porque são divinas.
Eu as encontro nas horas do silêncio;
Nas horas de abandono nas mãos de Deus.
Seu canto chega a mim através da minha tristeza
E de meu cansaço.
Ela jamais me deixou.
É Deus; é o canto de Deus em mim.
Esta força tranquila que dirige os mundos
E conduz os homens;
E que não tem fim;
Que jamais pode acabar.
João de Deus de Souza – Filósofo e Psicólogo