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E eu me fiz mulher

E eu me fiz mulher

Por João de Deus 

E eu me fiz mulher

De cabelo longo ou curto e lindo

Olhos, nariz, boca e rosto de mulher.

Com curvas, dobras e suaves depressões

Sou cavada  por dentro,  uma oficina de seres humanos.

Tenho sangue

Que irriga o meu corpo

E transmite a vida

A todos os seres vivos do mundo.

Comigo, nasceram as ideias, os sonhos, a pulsão,

O instinto, o princípio do prazer.

Tão suave criação

A martelada de sopros

E perfurações de amor,

As mil e uma coisas que me fazem mulher todos os dias,

Pelas quais me levanto orgulhosa todas as manhãs,

E bendigo o meu sexo não para me sobrepor, mas para me completar.

Tornei-me mulher para me igualar,

Somar à força do homem

Que foi formado

Com os mesmos elementos

E ao som da mesma música

Que preenche de amor o universo.

Ser mulher é ser humilde,

Saber escutar, dialogar, esperançar,

Lutar sempre pela igualdade de direitos

Sem qualquer preconceito

E sonhar com a mesma utopia que nos faz caminhar…

Prefiro a esperança que nos convida a lutar.

Mulheres e homens, equilibrar.

O machismo combater e, com certeza, eliminar.

Mulher, um ser divino e especial,

Engajada nas mil e uma lutas de transformação

Do tecido social destruído pelo vírus do egoísmo e da misogenia.

Viva a mulher que festeja e celebra

Em estado de poesia dizendo um não

À sua vida anterior de sombrias migalhas

No pulular da cigania.

João de deus de Souza é filósofo e psicólogo


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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