Eduardo Galeano: O Descobrimento
O Descobrimento, segundo Eduardo Galeano: “Em 1492, os nativos descobriram que eram índios, descobriram que viviam na América, descobriram que estavam nus, descobriram que deviam obediência a um rei e a uma rainha de outro mundo e a um deus de outro céu, e que esse deus havia inventado a culpa e o vestido e que havia mandado que fosse queimado vivo quem adorasse o Sol e a Lua e a terra e a chuva que molha essa terra.”
Assim, em seu livro em formato de calendário, Os Filhos dos Dias (L&PM, 2012) o escritor latino-americano Eduardo Galeano retrata o significado do descobrimento da América para os povos originários do continente americano.
Na 4a capa, Galeano nos premia com um Você sabia…
… que o episódio de Adão e Eva mordendo a maçã não aparece na Bíblia?
… que o grego Erastótenes mediu a cintura do mundo há dois mil e trezentos anos e errou por apenas 90 quilômetros?
… que até 2008 Nelson Mandela integrava a lista de terroristas perigosos para a segurança dos Estados Unidos?
… que até 1990 a homossexualidade era considerada uma doença mental segundo a Organização Mundial da Saúde?
que ao enterro de Karl Marx compareceram 11 pessoas incluindo o coveiro?
… que a bicicleta foi, há um século, um instrumento de liberação feminina?
… que a cada duas semanas morre um idioma?
BIOGRAFIA DE EDUARDO GALEANO
Eduardo Galeano nasceu em Montevidéu em 13 de setembro de 1940 e faleceu também em Montevidéu em 13 de abril de 2015.
Desde 1973, viveu exilado na Argentina e na Espanha, na região da Catalunha. Para o Uruguai, regressou em 1985.
Na orelha de Os Filhos dos Dias está escrito: “Galeano comete, sem remorsos, a violação de fronteiras que separam os gêneros literários. Ao longo de uma obra na qual confluem narração e ensaio, poesia e crônica, seus livros recolhem as vozes da alma e da rua, e oferecem uma síntese da realidade e sua memória.”
Autor da obra-prima As Veias Abertas da América Latina, é também de Galeano, uma das mais singelas e ao mesmo tempo mais profundas definição de Utopia:
“A Utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a Utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar“.