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Ele sugere que jovens deveriam contrair o vírus agora e… tira vídeo do ar

Ele sugere que jovens deveriam contrair o vírus agora e… tira vídeo do ar

Bolsonaro pede que jovens contraiam coronavírus antes do inverno

O presidente disse que há uma “conta na mesa” que avalia as medidas de isolamento social

Em entrevista concedida ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, nesta quarta-feira (1º) o presidente Jair Bolsonaro defendeu que as pessoas mais jovens – até 40 anos – sejam infectadas para que não haja um surto da doença no inverno.

“Vai morrer mais gente porque haverá um pico de ida aos hospitais. Por exemplo, Datena, a garotada abaixo de 40 anos à princípio contraindo o vírus não vai ter problema. Se a garotada se infectar agora ela seria uma barreira no futuro para não transmitir o vírus para os mais idosos. É uma conta que você bota na mesa”, disse o presidente ao criticar as medidas de isolamento social impostas por governadores.

Segundo ele, o vírus “se dá bem melhor no frio” e “todo vai pegar a doença”. As afirmações do presidente não foram baseadas em evidências científicas.

A fala de Bolsonaro contraria a compreensão do Ministério da e da Organização Mundial da Saúde e dialoga em certa medida com um entendimento inicial do Reino Unido para o enfrentamento da doença, mas que logo foi superado por se mostrar ineficiente.

Apesar do presidente dizer que “a garotada” não vai ter problema, há registros de pessoas abaixo dos 40 anos morrendo no país. Nesta quarta, um jovem de 23 anos morreu em decorrência da .

BOLSONARO disse que é pro jovem pegar Coronavírus agora antes do inverno pra proteger idosos quando não tiver mais hospital

QUÊ????

Sim, isso. É pro jovem pegar Corona Virus agora pra proteger idosos baseado em nada. ( o vídeo foi tirado ar)

Fonte: Revista Fórum

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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