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Em busca da liberdade

EM BUSCA DA LIBERDADE

Em busca da liberdade

“Arquiteto da Mente” nos propõe a construir uma nova vida. A metodologia de Peter Crone trabalha diretamente na incerteza, ansiedade e angústia mental que rodeiam nosso subconsciente.

Por Rafaela Amaral e  Claudia Meireles

Recomeçar é o mantra de 2021. Após um ano conturbado e difícil para muitos indivíduos, nada melhor que uma segunda chance e a oportunidade de tentar do zero. Inspirada nessa concepção, a coluna Claudia Meireles se aprofundou na incrível história de Peter Crone. Conhecido como o “arquiteto da mente”, o escritor, palestrante e líder de pensamento no despertar e no potencial humano atraiu (e continua atraindo) mais e mais admiradores.

A metodologia de Crone trabalha diretamente na incerteza, ansiedade e angústia mental que rodeiam frequentemente o subconsciente de grande parte da população. Morador de Los Angeles, EUA, ele atua fortemente no universo da performance, auxiliando, por exemplo, jogadores profissionais de golfe e de beisebol a superarem os perigos do perfeccionismo, além de empresários e pais que desejam dissolver crenças que limitam o potencial da mente.

O especialista, que realiza cursos e treinamentos on-line em seu site oficial, se diz capaz de redesenhar o espaço de pensamento interno das pessoas. “Eu meio que delineei o que eu afirmaria serem essas construções primordiais em que vivemos e que são fundamentalmente restrições. Como funcionamos dentro deles, vivemos uma vida predominantemente baseada em instintos de sobrevivência”, afirmou em um podcast com Jeff Krasno. Para ele, as limitações envolvem qualquer coisa que seja um inibidor de possibilidade ou potencial.

Curando traumas

Para o palestrante, muitos indivíduos acreditam que são inadequados ou insuficientes em razão do que os pais, professores ou outras pessoas do círculo de convivência os disseram na infância. Essas restrições, segundo ele, dominam completamente suas vidas, desde o estado emocional até os comportamentos que assumem. O processo de dissolução, portanto, investiga a validade dessa auto percepção ou perspectiva.

Peter Crone garante que o resultado de seu trabalho é impressionante. “É por isso que é tão poderoso e fui abençoado por experimentar esses resultados, que pareciam milagrosos, instantaneamente, muitas vezes”, acrescentou.

Em busca da liberdade

Crone busca mostrar o universo da liberdade, utilizando estratégias, aperfeiçoando as circunstâncias e fornecendo adaptações comportamentais para todas as situações. De acordo com o guru do pensamento, seu papel é ajudar as pessoas a enxergarem essa liberdade que está do outro lado dos padrões subconscientes arraigados que geram ansiedade ou depressão.

De acordo com o líder, todo ser humano está em busca de liberdade. “A maioria tem a impressão de que a liberdade será encontrada mudando suas circunstâncias… essa perspectiva comum de que mudar algo externo alterará sua experiência interna é uma parte tão arraigada do condicionamento humano que sua validade raramente é totalmente investigada para descobrir seu verdadeiro mérito”, relatou em uma entrevista ao portal Goop.

Contudo, para ele, é o próprio mecanismo que cria e sustenta os sentimentos de restrição, julgamento e sofrimento geral dos quais procuramos nos livrar. “Meu trabalho é ajudar as pessoas a encontrar aceitação e harmonia com a realidade – e com isso uma experiência de verdadeira liberdade que a maioria delas nem sabia que estava disponível nem sentiu plenamente”, complementou ao veículo.

A técnica de Crone analisa as palavras que as pessoas criaram, coletaram e herdaram. Em seguida, ele tenta desfazer essas crenças de limitação. “Explorando o nível mais profundo de nossas mentes, podemos ver a linguagem que nos une – portanto, podemos deixá-la ir ou redesenhá-la e, assim fazendo, inspirar sentimentos naturais de liberdade e possibilidade”, explicou.

“Aceite-se como você é, onde você está e, simultaneamente, deixe claro o que você está se dedicando a criar além disso”, disse Peter Crone ao Goop

Felicidade

Peter Crone defende que a verdadeira felicidade é a ausência da busca pela felicidade. “Trata-se de uma experiência subjetiva que realmente se baseia na percepção do ego de conseguir o que deseja. Portanto, é transitório”, enfatizou no podcast de Jeff Krasno.

“Eu quero levar as pessoas para o outro lado da preocupação, que tem mais a ver com a mente. E o cuidado está mais na nossa paixão e na nossa dedicação. Costumo falar às pessoas que dizem: ‘Eu gostaria de não me importar tanto.’ Eu digo, não, você não se importa o suficiente. Porque você está realmente se preocupando mais do que se importando. E essa é uma forma totalmente diferente de se relacionar com a vida. Eu quero te tirar da preocupação. Eu quero que você seja tão dedicado ao seu ofício”, concluiu.
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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