“As flores estão associadas, em muitas culturas e desde tempos muito velhos, a rituais mágicos (…)”
Para os gregos antigos, cada parte da planta correspondia aos auspícios de um deus diferente. A raiz dizia respeito a Cronos, a semente e a casca a Hermes, o lenho e o tronco a Áries, as folhas, a Selene, as flores a Afrodite e o fruto a Zeus.
(…) As flores podem ser usadas como talismãs ou amuletos, ou, então, quando secas, em incensos invocatórios ou purificadores. Entram em beberagens ou filtros de amor com seus sumos perfumados de grande influência mágica e, quando ativadas, transmitem seu poder.
A magia do reino vegetal reside no conhecimento do espírito das plantas. Esse conhecimento orienta o uso das flores em artes mágicas. Para que o exercício dos poderes das flores se realize plenamente, é preciso que certas regras sejam observadas.
Essas regras dizem respeito às horas de colheita, à secagem das folhas e flores, e, sobretudo, à combinação de suas essências. Por exemplo, as flores colhidas na véspera de São João retêm mais força do que no resto do ano.
Em geral, as plantas que se destinam a ritos mágicos devem ser colhidas entre meia-noite e 8 horas da manhã. Sabe-se, igualmente, que a 2ª hora do dia de sábado é muito propícia às plantas usadas em fórmulas mágicas.
Nota da Redação – Nesses coloridos tempos desta quente primavera, nada como tirar um tempinho para conhecer um pouco mais sobre a magia das flores. Este texto sobre flores e feitiços, e as maneiras de tratar o universo florístico para essas finalidades, da secagem às hora apropriada da colheita, são um excerto do que encontramos no livro de Henda “Segredos de Tias e Flores”, da Editora Relume e Dumará, publicado no ano da graça de 1994. Achamos curioso e pensamos que você talvez possa gostar também. Boa leitura, bom proveito!
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana do mês. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN Linda Serra dos Topázios, do Jaime Sautchuk, em Cristalina, Goiás. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo de informação independente e democrático, mas com lado. Ali mesmo, naquela hora, resolvemos criar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Um trabalho de militância, tipo voluntário, mas de qualidade, profissional.
Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome, Xapuri, eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás de grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, praticamente em uma noite. Já voltei pra Brasília com uma revista montada e com a missão de dar um jeito de diagramar e imprimir.
Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, no modo grátis. Daqui, rumamos pra Goiânia, pra convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa para o Conselho Editorial. Altair foi o nosso primeiro conselheiro. Até a doença se agravar, Jaime fez questão de explicar o projeto e convidar, ele mesmo, cada pessoa para o Conselho.
O resto é história. Jaime e eu trilhamos juntos uma linda jornada. Depois da Revista Xapuri veio o site, vieram os e-books, a lojinha virtual (pra ajudar a pagar a conta), os podcasts e as lives, que ele amava. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo a matéria.
Na tarde do dia 14 de julho de 2021, aos 67 anos, depois de longa enfermidade, Jaime partiu para o mundo dos encantados. No dia 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com o agravamento da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
É isso. Agora aqui estou eu, com uma turma fantástica, tocando nosso projeto, na fé, mas às vezes falta grana. Você pode me ajudar a manter o projeto assinando nossa revista, que está cada dia mió, como diria o Jaime. Você também pode contribuir conosco comprando um produto em nossa lojinha solidária (lojaxapuri.info) ou fazendo uma doação via pix: contato@xapuri.info. Gratidão!
Zezé Weiss
Editora
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