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Lula livre é sinônimo de Brasil livre

Lula livre é sinônimo de Brasil livre, democrático e soberano

Durante Encontro Lula Livre em São Paulo neste sábado, 16 de março, representantes de partidos progressistas e movimentos sociais definem ações e estratégias para libertação do ex- e do país do domínio do capitalismo financeiro internacional
 
Por Tiago Pereira, da RBA – redebrasilatual

São Paulo – A bandeira pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva unificou a  brasileira. Em assembleia realizada ao longo deste sábado (16), em São Paulo, trabalhadores, representantes de partidos políticos e movimentos sociais definiram que lutar por Lula Livre hoje é lutar por um livre das arbitrariedades cometidas pela Justiça, que se aliou a forças do capitalismo financeiro internacional.

Livre das injustiças e desatinos cometidos por um governo que quer jogar a conta da crise sobre os mais pobres. Livre do ódio daqueles que defendem armas, em vez de livros. Livre das tragédias cotidianas que chocam a todos, do crime ambiental em Brumadinho ao massacre da escola estadual Raul Brasil, em Suzano. Livre da  contra as mulheres e a população negra, da invasão a , e da perseguição a artistas e intelectuais.

“Temos obrigação de fazer os brasileiros voltarem a sonhar”, afirmou o ex-prefeito de São Paulo e candidato à Presidência, Fernando Haddad (PT), sobre as ações diárias do governo Bolsonaro que colocam em risco a soberania nacional e os direitos do povo, e que mesmo antes da posse, já causavam estragos na imagem internacional do Brasil.

“Temos o maior líder político desse país preso, e não se sabe o porquê. E fizeram tudo isso para colocar na Presidência uma pessoa que nem merece comentário, tamanho o despreparo. Por tudo isso, Lula livre hoje é sinônimo de Brasil livre.”

Haddad classificou a prisão de Lula como “surreal e absurda”, e criticou a operação Lava Jato, que não conseguiu comprovar um único ato ilícito cometido pelo ex-presidente durante os seus oito anos de mandato. E que por isso foi preciso criar uma “ficção jurídica”, condenado-o por um “ato de ofício indeterminado”. Ele afirmou ainda que os algozes de Lula acreditaram que o tempo levaria ao seu esquecimento. “Eles estão enganados. Não conhecem a esquerda, o PT e as forças populares desse país. Não esqueceremos dessa injustiça.”

Inverno e primavera

Candidata a vice na chapa de Haddad, Manuela D'ávila (PCdoB) afirmou que as bases sociais dos partidos de esquerda já estão unidas, porque sofrem na pele as consequências do “inverno” político pelo qual o Brasil vem passando, seja pelos ataques aos direitos dos trabalhadores, seja pela violência crescente contra as mulheres.

Ela destacou que a perseguição ao PT movida por setores da imprensa e do Judiciário é também contra tudo aquilo que a esquerda representa. E que a prisão de Lula nunca foi apenas a prisão de um ex-presidente, mas a prisão de “um sonho”. Ela frisou que a “primavera” que vai superar esse “inverno” é feminista, e encerrou sua fala citando o poeta : “Faz escuro mas eu canto, porque a manhã vai chegar. Vem ver comigo, companheiro, a cor do mundo mudar.”

Haddad Lula LivrePrenderam Lula para colocar na presidência “uma pessoa que nem merece comentário”, disse Haddad. Foto: Ricardo Stuckert

Máscaras

Também candidato nas últimas eleições pelo Psol, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, disse que chegou o momento em que “as máscaras começam a cair”. E citou o ministro da Justiça de Bolsonaro, , “cúmplice de um laranjal”, que integra um “governo de milicianos”. E o atual chefe da força-tarefa da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol. “Se a Justiça tivesse um terço do peso contra Lula, Dallagnol estaria preso por crime de lesa-pátria pelo conchavo com norte-americanos”, afirmou, fazendo alusão à tentativa de criação de fundo privado com R$ 2,5 bilhões, em acordo dos procuradores de Curitiba com o Departamento de Justiça dos .

Boulos afirmou que “democracia não combina com preso político”, e destacou Lula como um “preso político”. Ele garantiu o apoio do MTST, do Psol e da Frente Povo Sem Medo nos esforços pela libertação do ex-presidente. “A única luta que se perde é aquela que se abandona. Não vamos abandonar essa luta. Vamos seguir até o fim.”

O ex-senador Roberto Requião (PMDB-PR) também ressaltou a “manipulação do Direito” e os “artifícios jurídicos” que foram utilizados para prender Lula. “As sentenças dadas contra Lula têm que ser anuladas, e reexaminadas por juízes vinculados ao direito, não à ”, afirmou. O ex-senador foi o primeiro a dizer que Lula Livre “pode ser traduzido hoje com toda a precisão como Brasil Livre”, fazendo alusão à liberdade dos trabalhadores do país.

Alegria, fé, luto e luta

A atriz Lucélia Santos também participou da plenária final da Assembleia Nacional Lula Livre. Ela defendeu “o mágico e lúdico” para enfrentar tempos obscuros, e lembrou a iniciativa do também ator José de Abreu, que se autoproclamou presidente do Brasil, em alusão ao líder da oposição na Venezuela Juan Guaidó.

“O Brasil está hoje vivendo uma energia pesada, de morte, que é o que nós não queremos. Temos que ser militantes da vida. Propagar energia amorosa contra o ódio. A gente tem que desarmar pelo amor”.

O pastor Ariovaldo Ramos também afirmou “não arredar pé” da luta por Lula Livre, que é objeto de suas orações e de tantos outros evangélicos. Ele disse que, após o golpe contra Dilma e agora no governo Bolsonaro, o Brasil virou uma nação “difamada e esculhambada no mundo todo”, e ressaltou que a liberdade de Lula, vítima de “toda a sorte de calúnias e mentiras, condenado sem provas”, é também a liberdade da classe trabalhadora.

Lurian Lula da Silva, filha do ex-presidente, agradeceu o apoio da militância pela libertação do seu pai, e disse que a família vive em luto, desde março de 2016, quando ele foi levado em condução coercitiva, anunciando a perseguição que viria. Depois o luto foi amplificado pela morte de Marisa Letícia, mulher de Lula, e do irmão e do neto, já quando estava preso. “Temos o dever moral de estarmos na rua pedindo a liberdade de Lula para desmentir cada acusação e evitar que o país entre num colapso ainda maior.”

Unidade

Mais cedo, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann afirmou que a bandeira pela liberdade do ex-presidente Lula representa também a luta por Marielle, contra a retirada de direitos do povo brasileiro, através da proposta de reforma da Previdência, e também contra os ataques às organizações sindicais.

As violações de direitos cometidas pela Lava Jato contra Lula também se relacionam com a entrega do pré-sal às multinacionais do petróleo. Sobre a negociação “espúria” da força-tarefa de Curitiba com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que resultariam em R$ 2,5 bilhões geridos por uma fundação de direito privado, sem qualquer base legal, os promotores comandados por Deltan Dallagnol incorrem nos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa. “Quem comete crime são eles. Tem material, tem prova, tem rastro. Quem tem que ir para a cadeia é o Dallagnol”, afirmou Gleisi.

Ela prometeu redobrar esforços na mobilização em defesa da liberdade do ex-presidente. “Presidente Lula, vamos provar a sua inocência. Essa caminhada vamos fazer juntos. Vamos ocupar as ruas de todo o Brasil e lutar pela soberania, pela liberdade de Lula, contra a reforma da previdência e pela democracia.”

Dirigentes de partidos de esquerda que também estiveram presentes  na Assembleia Lula Livre destacaram que essa é uma luta unitária, de todo o povo brasileiro. “Não cabe luta de protagonismo agora, é hora de unir a esquerda. Nosso lugar é na rua, lutando por Lula livre”, afirmou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), representando os comunistas. O presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, também frisou que “a luta pela liberdade de Lula é uma luta da democracia e todo o povo brasileiro”.

Já o presidente do PCO diz que a esquerda sai fortalecida do encontro de hoje. “Vamos fazer uma campanha ampla. Ir para as ruas. Que a campanha não seja só entre a esquerda e para a esquerda, mas para todo o povo brasileiro.”

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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