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EMPADINHAS À MODA TERESINHA RESENDE

EMPADINHAS À MODA TERESINHA RESENDE

Empadinhas à moda Teresinha Resende

Era na Rua Auta Vidal, 262, que existiam as melhores empadinhas de nas décadas de 1970-80. Ali, dona Teresinha Resende, minha sogra, fazia salgados de vários tipos, mas a empadinha era sua especialidade

Por Lúcia Resende

Eram tempos difíceis, não havia freezer, tudo era preparado no mesmo dia, e as encomendas não cessavam. Era ela no comando, as filhas e algumas noras, eu inclusive, ajudando, sábados inteirinhos, para que as entregas não atrasassem.

O preparo começava na véspera e, na madrugada, ela deixava prontos as massas e o recheio. A gente chegava cedinho e começava a labuta. O fogão e o forno eram a lenha, uma quentura danada, e dona Teresinha sempre firme.

Na hora de desenformar, algumas empadinhas quebravam… a meninada da família e da vizinhança estava sempre por ali, pra comer e se refestelar. O dia corria afobado, e ela sempre serena.

Depois, tudo terminado, dona Teresinha ainda tinha forças pra abrir os restos de massa, cortar em pedaços pequenos e fritar, pra gente comer com o café quentinho. Era uma delícia! bom! Lembranças boas!

Foi assim que aprendi a fazer as empadinhas à dela, no olho, com os mesmos poucos temperos, pra conseguir aquele sabor que ainda hoje encanta quem experimenta. Pra fazer este registro, fui medindo, anotando, e aqui trago a “” que, garanto, é um sucesso!

Ingredientes

Massa

1 ¼ kg de farinha de trigo

1 xícara de café de óleo

1 colher de sopa rasa de sal

3 ¾ xícaras de chá de água morna

Modo de fazer

Despeje 1 kg de farinha de trigo numa bacia, abra um buraco no meio, coloque o óleo, o sal, a água morna e amasse bem, até ficar uma massa bem lisa. Enrole num saco plástico e reserve.

Recheio

1 frango de aproximadamente 2,5 kg

3 kg de batatinha

3 colheres de sopa cheias de extrato de tomate

4 dentes de alho

3 cabeças médias de cebola

Pimenta-do-reino moída na hora, a gosto

Pimenta-de-cheiro ou outra, a gosto

Cebolinha verde, a gosto

Sal

1 lata de ervilha

1 lata de milho verde

Azeitonas

Modo de fazer

  • Cozinhe as batatas, deixe esfriar e corte em cubos. Reserve.
  • Limpe bem o frango, corte em pedaços grandes, coloque numa panela. Acrescente o alho amassado com sal (cerca de 1 colher pra cada quilo de frango), o extrato de tomate, um pouco de pimenta-do-reino, cubra com água e deixe cozinhar bem. Desligue o , retire o frango, reserve o caldo. Deixe esfriar e desfie, desprezando ossos e peles (pode fazer isso na véspera e manter na geladeira).
  • Em uma panela grande, coloque ¾ xícara de óleo, refogue bem a cebola cortada em cubinhos, acrescente o caldo do frango, ferva bem, junte o frango desfiado e misture. Deixe esfriar um pouco.
  • Em uma bacia grande, despeje a batata, o molho preparado (morno), a ervilha, o milho, os temperos, e misture com cuidado. Se necessário, acrescente mais um pouco de óleo. Regule o sal.

Finalizando

Recheio e massa prontos, hora de enformar e assar.

Unte as forminhas. Espalhe sobre a mesa ou bancada. Com um rolo, abra um pouco da massa até ficar fina (polvilhe farinha de trigo, pra não grudar), coloque cuidadosamente sobre as forminhas.

Com uma colher, vá colocando o recheio sobre a massa, enchendo (não muito) cada forminha.

Por cima, coloque um pedaço de azeitona.

Forminhas cheias, abra outra massa (deixe sempre a parte da massa que não está sendo usada dentro do saco plástico, pra não ressecar), cubra as empadinhas.

Com a palma da mão, pressione e corte as empadinhas, uma a uma, e coloque na assadeira. Bata 1 ovo com ½ xícara de óleo e pincele cada empada. Asse e deixe esfriar para desenformar.

Sucesso garantido, com sabor de passado, de cozinha tradicional!

Obs.: Se quiser, pode congelar. Lúcia Resende – Professora –  @mluciares

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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