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“Eu Acho é Pouco”: No carnaval de Olinda, Bloco reúne milhares de foliões em homenagem a Lula

“Eu Acho é Pouco” reúne milhares de foliões e homenageia o ex-presidente Lula

Após prisão de Lula e ano turbulento no cenário político brasileiro em 2018, bloco carnavalesco de desfilou em Olinda e pediu liberdade para o ex-presidente do

leiajaslogan com quadrado menor por Eduarda Esteves
Um mar de gente acompanhou a última aparição do Eu Acho é Pouco nesta terça-feira (5) de Carnaval, no Alto da Sé, em Olinda. Quem passou pelo bloco vermelho e amarelo percebeu a grande quantidade de adereços, camisas e bandeiras pedindo a liberdade de Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil.

O tom político da agremiação carnavalesca não é novidade. Em 2016, a organização também participou de manifestações contrárias ao impeachment da ex-presidente e, no ano seguinte, estampou na camisa oficial da agremiação a frase “Fora Temer”. Nas eleições presidenciais de 2018, o grupo aderiu à campanha #EleNão, contra a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PSL), e apoiou a eleição de Fernando Haddad (PT).

Nesta terça, as referências ao Partido dos Trabalhadores e ao Lula foram muitas. Seja nas músicas “”, “Olê, Olê, Olá, Lulaaa”, e até nas manifestações contrárias ao atual presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Guilherme Calheiros, um dos organizadores da agremiação, o bloco sempre foi de esquerda e teve um posicionamento político forte.

“Buscamos uma forma leve, criativa e justa refletir e pensar no futuro do nosso país. Todos esses anos a gente continua mantendo a tradição do Carnaval, defendendo a pernambucana, mantendo o frevo e saindo pelas ruas em uma festa democrática como sempre fizemos. A ideia de homenagear Lula partiu do ano turbulento de 2018, desde a sua prisão sem provas e sem fundamentos. O bloco se posiciona naquilo que a gente acha correto e justo”, explicou Guilherme.

O Eu Acho é Pouco foi fundado em 1977, em Pernambuco, a partir da iniciativa de amigos que, além de curtir a folia do Carnaval, acreditavam no poder de mobilização cultural para resistir à ditadura, que na época estava em seu ponto mais crítico.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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