“Eu Acho é Pouco” reúne milhares de foliões e homenageia o ex-presidente Lula
Após prisão de Lula e ano turbulento no cenário político brasileiro em 2018, bloco carnavalesco de esquerda desfilou em Olinda e pediu liberdade para o ex-presidente do Brasil

O tom político da agremiação carnavalesca não é novidade. Em 2016, a organização também participou de manifestações contrárias ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e, no ano seguinte, estampou na camisa oficial da agremiação a frase “Fora Temer”. Nas eleições presidenciais de 2018, o grupo aderiu à campanha #EleNão, contra a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PSL), e apoiou a eleição de Fernando Haddad (PT).
Nesta terça, as referências ao Partido dos Trabalhadores e ao Lula foram muitas. Seja nas músicas “Lula Livre”, “Olê, Olê, Olá, Lulaaa”, e até nas manifestações contrárias ao atual presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Guilherme Calheiros, um dos organizadores da agremiação, o bloco sempre foi de esquerda e teve um posicionamento político forte.
“Buscamos uma forma leve, criativa e justa refletir e pensar no futuro do nosso país. Todos esses anos a gente continua mantendo a tradição do Carnaval, defendendo a cultura pernambucana, mantendo o frevo e saindo pelas ruas em uma festa democrática como sempre fizemos. A ideia de homenagear Lula partiu do ano turbulento de 2018, desde a sua prisão sem provas e sem fundamentos. O bloco se posiciona naquilo que a gente acha correto e justo”, explicou Guilherme.
O Eu Acho é Pouco foi fundado em 1977, em Pernambuco, a partir da iniciativa de amigos que, além de curtir a folia do Carnaval, acreditavam no poder de mobilização cultural para resistir à ditadura, que na época estava em seu ponto mais crítico.