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EUA utilizam dólar como forma de punição dos países, diz chanceler russo

Chanceler russo: EUA utilizam o dólar como forma de punição dos países

Descartar a utilização da moeda americana é um dos principais objetivos dos parceiros comerciais internacionais de Teerã, que tentam preservar a cooperação econômica em meio às sanções impostas pelos EUA contra o Irã.

Vale ressaltar que os EUA se retiraram do acordo nuclear iraniano de 2015, impondo novamente sanções econômicas contra o Irã, além de ameaçar sancionar todas as empresas europeias que continuem a fazer negócios com o Irã.

Sergey Lavrov, ministro do Exterior russo, afirmou que os EUA utilizam o dólar como meio de pressão quando querem punir algum país e todos aqueles que possuem algum tipo de relacionamento com ele, adicionando ainda que, “por décadas, todos esperavam que os EUA cumprissem com suas obrigações como principal emissor de moeda de reserva.”

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Rússia está empenhada em comercializar com países latino-americanos em moedas nacionais | CC0 / PIXABAY

O conflito em torno do dólar americano ficou ainda mais tenso quando o presidente americano, Donald Trump, anunciou que dobraria as tarifas aplicadas ao ferro e alumínio importados da Turquia, ocasionando o colapso da moeda turca. Esta alcançou o seu menor valor da história, com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmando que a queda da moeda foi uma “conspiração cambial” e que Ancara deixaria de efetuar transações em dólares com os parceiros comerciais.

O ministro-presidente da região flamenga da Bélgica, Geert Bourgeois, também responsabiliza Washington por utilizar o dólar como arma de punição, impedindo o Banco de Investimento Europeu de efetuar investimentos no Irã.

Anton Siluanov, ministro das Finanças da Rússia, considera o dólar americano como uma ferramenta de risco para efetuar pagamentos, por ser uma moeda internacional, não descartando a possibilidade de utilização de moedas nacionais, ao invés do dólar americano, no mercado petrolífero.

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Manipulador de moedas: Trump está levando o dólar à desvalorização | CARLOS SEVERO/ FOTOS PÚBLICAS

A Rússia, por seu lado, está se preparando para iniciar trocas comerciais com a América Latina, entre outros parceiros, utilizando as moedas destes países, lembrando que, recentemente, a Rússia e a China concordaram em aumentar a participação das moedas nacionais nas transações comerciais, investimentos e financiamento, aumentando o intercâmbio comercial, bem como aperfeiçoando a busca de novas áreas de crescimento e de colaboração.Com isso, a Turquia, o Irã, a China e a Rússia já começaram a fazer seus pagamentos em outras moedas. Teerã ainda estuda a possibilidade de utilizar o ouro como uma alternativa viável ao dólar.

ANOTE AÍ

Fonte: Sputnik Brasil

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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