Fepipa: nota de apoio aos Awaeté-Parakanã da Terra Indígena Parakanã
Via fepipa_oficial
Federação dos Povos Indígenas do estado do Pará (FEPIPA)
Circulam na imprensa estadual e nas redes sociais diversas informações, a maioria delas distorcidas e confusas sobre o suposto “desaparecimento de três jovens” não indígenas nas proximidades da Terra Indígena Parakanã, no município de Novo Repartimento, região Sudeste do Estado do Pará. Dentre o material circulado, estão áudios de amigos e familiares dos rapazes ameaçando os Awaeté-Parakanã de morte: “… vamos entrar na aldeia e começar a matar índio, começar daqui da frente, não tá bom não” (anônimo, circulado via wathsap). Dentre as ações truculentas estão o fechamento da rodovia transamazônica e a invasão do Centro de Formação Taxakoakwera no dia 25/04, onde aconteciam as aulas do Cursos de Agroecologia e Magistério Indígena do Campus Rural de Marabá – IFPA. Os Awaeté e os docentes “foram surpreendidos por volta das 13:15h com a intrusão abrupta de um grupo de não indígena (Tôria) com gritos, ameaças e a obstrução da entrada do Posto na T.I. Parakanã” segundo informam os próprios professores do curso. O que é inadmissível, pois, as lideranças Awaeté Parakanã afirmam estar auxiliando nas buscas aos mesmos na mata e negam veementemente a acusação infundada de estarem mantendo os jovens em cárcere privado. Nós indígenas sabemos que para adentrar a floresta precisamos ter diversos conhecimentos sobre os caminhos, marcações e formas adequadas para nossa proteção e retorno seguro às aldeias. Ademais, a entrada de pessoas estranhas em nossos territórios é expressamente proibida. Nosso território é nossa casa extensa e, assim como os domicílios dos não indígenas só é permitida a entrada quando as pessoas foram convidadas. Para os Awaeté essa é uma norma respeitada “nós não invadimos a casa dos brancos, nós respeitamos” (Tarana Parakanã).