FETEC-CUT CENTRO NORTE – 35 ANOS: UMA FEDERAÇÃO CLASSISTA, DEMOCRÁTICA E DE LUTA

FETEC-CUT CENTRO NORTE – 35 ANOS: UMA FEDERAÇÃO CLASSISTA, DEMOCRÁTICA E DE LUTA

FETEC-CUT CENTRO NORTE – 35 ANOS: UMA FEDERAÇÃO CLASSISTA, DEMOCRÁTICA E DE LUTA

Nossa Federação já nasceu, em 1990, como parte desse novo sindicalismo forjado a partir das greves dos metalúrgicos do ABC, que desembocou na criação da CUT em 1983 e tem como princípios norteadores a liberdade de organização, a unidade de ação da classe trabalhadora, a autonomia sindical, a independência em relação a partidos e governos e a solidariedade com os movimentos dos trabalhadores em qualquer parte do planeta

Por Rodrigo Britto

Éramos apenas quatro sindicatos. Nesses 35 anos a Federação cresceu e agora já somos 13 as entidades sindicais filiadas, que vão de Mato Grosso do Sul ao Amapá e Roraima, do Pará ao Acre, passando por Brasília, Rondônia e Mato Grosso.

Tivemos a participação destacada nas grandes mobilizações e nas conquistas da categoria bancária nesse período. Ajudamos na organização de outras categorias de trabalhadores e dos movimentos sociais nas regiões Centro-Oeste e Norte. 

Participamos da construção e consolidação das CUTs estaduais. E estivemos sempre na linha de frente das grandes batalhas que a classe trabalhadora e a sociedade brasileira travaram nas últimas décadas em defesa dos nossos direitos, da democracia e da construção de um país mais igualitário, solidário e democrático.

Em tamanho territorial, a Fetec-CUT/CN se tornou a maior federação sindical do planeta, cabendo dentro dela os quatro principais biomas do país (Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal) e as nascentes de três grandes bacias hidrográficas (do Paraná, São Francisco e Tocantins). 

O que nos tem obrigado também a incluir entre nossas prioridades a defesa do meio ambiente, dos povos originários, do meio ambiente e da classe trabalhadora dessa imensa região, o combate ao aquecimento global e a luta pelo desenvolvimento sustentável. Isso levaremos para a COP-30. 

Temos muito orgulho dessa nossa história, construída ao longo dessas três décadas e meia.  E assumimos o compromisso de, pelos próximos 35 anos, manter acesa a chama e a luta sem tréguas na defesa intransigente dos nossos direitos, na organização dos trabalhadores e das trabalhadoras do ramo financeiro e na construção de um Brasil verdadeiramente democrático, onde toda a classe trabalhadora possa ter uma existência digna.

rodrigo IMG 6332 1Rodrigo Britto – Presidente da Fetec-CUT/Centro Norte.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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