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Flores podem substituir agrotóxicos nas plantações

Flores podem substituir agrotóxicos nas plantações

Técnica antiga de controle biológico usa flores para atrair insetos que se alimentam de pragas…

Por Natasha Olsen/via Ciclo Vivo 

O uso indiscriminado de agrotóxicos é um grave problema ambiental e de saúde pública. Infelizmente, no Brasil cada vez mais sustâncias são liberadas na agricultura, trazendo grandes riscos para a natureza e para as pessoas.

A boa notícia é que existem outros métodos para se controlar pragas que atacam as plantações, como os pulgões. O método biológico de controle de pragas usa predadores naturais destas pragas como ferramenta de proteção às culturas, sem o uso de venenos. Entre os insetos que comem os pulgões estão as vespas e as joaninhas.

O que muitos agricultores faziam no passado, e estão voltando a fazer agora, é plantar flores silvestres no entorno das plantações, atraindo estes predadores naturais das pragas para a área de cultivo. Com a ajuda destes insetos, as plantações ficam livres de pulgões – e a paisagem ganha muitas cores.

Riscos insustentáveis

O uso de pesticidas têm impactos negativos no meio ambiente, poluindo a água, o solo e o ar. Além disso, os agrotóxicos são responsáveis pela morte de abelhas, espécie polinizadora fundamental para a manutenção do ecossistema e também para a reprodução de plantas alimentícias, por exemplo.

As substâncias encontradas nos pesticidas são também uma grave ameaça a saúde das pessoas que trabalham na agricultura e de quem consome produtos cultivados com agrotóxicos. Muitas dessas substâncias são consideradas cancerígenas e, apesar de serem proibidas em diversos países do mundo, são liberadas no Brasil.

É importante lembrar que com o uso contínuo de agrotóxicos, as pragas aumentam sua capacidade de resistir a estas substâncias. Portanto é fundamental encontrar alternativas mais sustentáveis, que não ofereçam tantos riscos e que combatam as pragas de maneira mais natural.

Flores e controle biológico

Plantar flores em torno das plantações é uma prática antiga de controle biológico. Entre os insetos atraídos pelas flores estão as vespas que se alimentam de pulgões e de larvas de pulgões. Além das flores, são plantadas ervas que também atraem os insetos predadores de pragas.

No entanto, o método não elimina completamente a presença de algumas pragas, contribui para a sua diminuição. Além dos corredores de flores, existem outras técnicas e recursos que podem ser usados para o controle de pragas sem o uso de veneno, como a calda bordalesa, métodos agroecológicos, agroflorestais e  “inseticidas” naturais

 

Natasha Olsen
Natasha Olsen

Apaixonada pelo mar e pelo mato (apesar da relação difícil com insetos). Jornalista, com especialização em Comunicação Corporativa, descobriu na Sustentabilidade seu propósito. Estuda Gestão Ambiental e procura descobrir diariamente como nossas escolhas podem construir um mundo melhor para todos.
 
 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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