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Formosa

Formosa, anote aí: sábado, 20 de maio – acontece o Festival Grito Rock!

, anote aí: sábado, 20 de maio – acontece o Festival Grito Rock!

Tá chegando o Grito Rock Formosa!!!

O evento acontece em diversas do e, em Formosa, a turma da Umbraum Produções, com a colaboração de outros coletivos da cidade, é a responsável por colocar em praça pública bandas e iniciativas independentes.

O festival  acontece nesse sábado, dia 20 de maio, a partir das 09 da manhã na Praça Rui Barbosa, é gratuito e está em sua 4ª edição integrando várias linguagens artísticas, iniciativas, produtores e apoiadores culturais da cidade.

Na programação vai ter o Grito D’ellas,  que esse ano traz o 2º Encontro de Batuqueiras de Formosa. A iniciativa é da EmpoderA ColetivA com o intuito de fortalecer os movimentos feministas através da percussiva trabalhando ritmos afro-brasileiros como o Maracatu, Coco e Ciranda.

Vai ter também o Grito Verde, com iniciativas de , exposição e distribuição de mudas e ainda uma oficina de bonsai.

O Grito vai garantir que surdos e mudos acompanhem o evento com tradução simultânea em Libras.

A programação vai contar com intervenções teatrais. E, no Coreto,  acontecerá a troca de livros e contação de estórias com o pessoal do Coletivo Maleta Cultural.

Tudo isso regado à muita música pra todos os gostos. Vai rolar rap, coco, rock e muita mistura inusitada. Os shows ficam por conta das bandas Ébrio, SC16, As Ôlindas, AfroRima, Primatas e Umbraum.

Ah! Dá uma chegada no estande do Grito Bonito. O pessoal estará arrecadando alimentos não perecíveis a serem usados na alimentação do Encontro do Bonito de Culturas Populares que acontece em setembro desse ano.

ANOTE AÍ:

Organização: Umbraum Produções/Empodera Coletiva/Coletivo Vivarte/Maleta Cultural/Fora do Eixo/Miro Bikes

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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