Genocídio Manauara III

Genocídio Manauara III – POEMA SUFOCADO 

Genocídio Manauara III – POEMA SUFOCADO

Por Maria Félix Fontelle

O monstro saiu do pântano

Atacou os quatro elementos

Com sua dança apocalíptica

Invadiu a , a água e o ar

 

A confundir Éolo e todos os ventos

A mais cruel manifestação da

Em banquetes às salamandras do palácio

Espalha e fumaça no pulmão da gente

 

Não, isso não é faz de conta

É um poema sufocado

Um grito incontido de dor

Diante das vidas asfixiadas

POEMA SUFOCADO continuar a nos mostrar indignação. Traz uma dor, um grito e confirma que estamos embolados numa terrível ventania. É fogo! É ar! É terra. É água revolta. Segurem este monstro: queremos respirar.

image2

Maria

Maria Félix Fontele é jornalista e escritora. É autora dos Versos que me habitam (poesia/2018) e O barulho, o silêncio e a solidão de Deus (/2021), ambos pela Confraria do Vento Editora (RJ). Colaboradora convidada pela ALANEG/RIDE – Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano.

faixa proc%C3%B3pia

Salve! Este site é mantido com a venda de nossos produtos. É, também, com um percentual dessas vendas, que apoiamos a luta do Comitê , no Acre, do Krenak, em Minas Gerais, do Museu Kalunga Iaiá Procópia, em Goiás e do povo Xavante, no Mato Grosso. Ao comprar em nossa Loja Xapuri, você fortalece um veículo de comunicação independente, você investe na Resistência. Contamos com você! WhatsApp: 61 9 99611193.

 

www.lojaxapuri.info

Nossa Loja Solidária tem por missão contribuir para o financiamento dos custos de produção do nosso Site www.xapuriinfo.dream.press e da nossa Socioambiental, há cinco anos levando informação de qualidade sobre , educação, cidadania, direitos humanos e , para escolas e comunidades em todas as regiões do Brasil.

 

Gostaria de receber nosso newsletter? Assine em baixo!

Os campos com (*) são obrigatórios.

 

 

 

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

REVISTA