O garimpo e a marcha para o Oeste

O garimpo e a marcha para o Oeste

A ocupação de Goiás e suas bases econômicas: O garimpo e a marcha para o Oeste

Do mesmo modo que em outras regiões do Brasil, a história da chegada dos brancos nos territórios indígenas da Região Centro-Oeste teve forte motivação econômica. Estimulados pela Coroa Portuguesa, os bandeirantes imprimiram a marcha para a conquista de novas fronteiras em busca do ouro, da prata e das pedras preciosas.

Os caçadores de esmeraldas trouxeram os escravizados, muitos dos quais já habituados à atividade , que tinham experiência obtida nas “” ou traziam as técnicas do continente africano, dos seus lugares de origem.

É importante salientar que o grosso do conhecimento sobre mineração e metalurgia utilizado na empresa colonial na América provinha das civilizações ameríndias e africanas. Muitos africanos que vieram para este território já eram mestres do achamento e trato dos metais.

Em meados do século XVIII, os assentamentos para o estabelecimento dos garimpos já se faziam presentes em grandes áreas do interior goiano, estendendo-se até o Mato Grosso. Seguindo o leito dos rios, principal vertente do extrativismo, as expedições bandeirantes adentraram a região Centro-Oeste, deixando um rastro de pequenos ranchos e áreas de cultivo que serviriam, mais tarde, como embrião de uma rede de arrais e vilas.

Margeando os rios, foram paralelamente sendo abertas estradas e, em face da demanda por , e toda de utensílios para sobrevivência, foi-se consolidando uma rede de abastecimento que interligava a região Centro-Oeste às demais. Da região Sul, provinha principalmente o gado e as mulas, da , a maior parte dos alimentos, além de gado. Do Rio de Janeiro, para onde ia o grosso do ouro rumo à Metrópole, vinha a maior parte da mão de obra escravizada.

A atividade extrativista exigiu a presença de grande quantidade de pessoas escravizadas. A mineração, sobretudo a de leito de rio, forma mais presente na região, pressupunha por vezes trabalhos de mudança de curso das águas, o que demandava a presença de muitos trabalhadores.

Além disso, a crescente produção de ouro e diamante suscitou de parte da Coroa Portuguesa a montagem de uma vigorosa estrutura administrativa e regulamentadora, trazendo para o interior do Brasil um contingente de funcionários públicos, responsáveis pela segurança, a ordem e a arrecadação de tributos.

Excerto do livro “A verdade sobre a Escravidão Negra no Distrito Federal e Entorno”. Sindicato dos Bancários. 2017

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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