Cordel da Mulher

Cordel da Mulher: homenagem a todas as mulheres do mundo

Mil flores às mulheres/Por tudo o que elas são/ A Mulher é Natureza/É a beleza em ação/A Eternidade é Mulher/Num infinito  coração/

Por Gustavo Dourado

Homenageio a Mulher
E faço deferimento
A mulher é nossa luz
Estrela do pensamento
Luminária infinieterna
Nas ondas do firmamento

Sem mulher não tem História
Nem arte nem nascimento
Da mulher nascem homens
Brota amor e sentimento
Nasceu Jesus, Gandhi, Einstein
E muita gente de talento

A mulher é gen-semente
Que germina a humanidade
Dá mulher brotam os deuses
Fecunda-se a sociedade
Sem mulher não há graça
Se tem mulher… há liberdade

Da mulher nasceu Cristo
Luther, Lennon, Maomé
Santos Dumont, JK
Castro Alves e Pelé
A mulher faz a História
Com amor, trabalho e fé

Da Mulher tudo provém
Até mesmo a divindade
Desconfio que em Deus
Haja feminilidade
Na costela da mulher
Nasceu a felicidade

No umbigo da mulher
Germina a panaceia
No olhar da pitonisa
Na boca de Amalthea
No coração do planeta
Palpita nossa mãe Rhea

Salve a mulher todo sempre
Minuto-hora, dia e ano
Na mulher eu me inspiro
Nas ondinas do oceano
Nas sabiaras dos rios
Mulher em primeiro plano

Mulher que tece o infinito
Deusa, musa-mãe, menina
Movialimenta o Mundo
Com almater feminina
Estrelua multiversa
Que ao amor trilumina

Nove meses de poesia
Dão luz à eternidade
A mulher fada-rainha
Ave da imortalidade
Inspira, cria, procria
Flor da criatividade…

Dádiva da Mãe Natureza
Desperta o encantamento
Mulher o amor floresce
Ilumina o pensamento
Mulher é a árvore da vida
Que frutifica o sentimento

Mulher é flor que concebe
A arte do movimento
É deusave em sinfonia
Nave que voa no vento
Sintonia da ternura
Estreluz do firmamento

Mulher Galáxia Diamante
Constelação magistral
Na luta do dia a dia
Divindade maternal
Mulher é Eternidade
Amor Infinitesimal

Mil flores às mulheres
Por tudo o que elas são
A Mulher é Natureza
É a beleza em ação
A Eternidade é Mulher
Num infinito  coração

#MarielleVive 

Block

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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