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Ibama adota embargo

Ibama adota embargo remoto e aumenta contratação de brigadistas para proteger a Amazônia

Ibama adota embargo remoto e aumenta contratação de brigadistas para proteger a Amazônia

Período de aumento de queimadas, que ocorre entre maio e junho, fez Ibama reforçar medidas que evitem maior devastação

Por Mídia Ninja

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama), Rodrigo Agostinho, avalia a situação da Amazônia como crítica em relação à devastação ambiental durante a estação seca, que ocorre entre maio e junho. Agostinho destaca que nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), as queimadas na Amazônia atingiram recordes, ao mesmo tempo em que as estruturas de fiscalização foram sabotadas pelo próprio governo federal.

O Ibama está enfrentando desafios persistentes devido à perda de um milhão de hectares de floresta por ano nos últimos quatro anos na Amazônia. O órgão foi aparelhado por Ricardo Salles, hoje deputado federal pelo PL, entusiasta do ruralismo. É dele a expressão: ‘Deixar a boiada passar”. Além disso, as mudanças climáticas e a chegada do fenômeno El Niño agravam a situação, aumentando o problema da seca na região e o risco de grandes incêndios florestais no segundo semestre.

Para lidar com essa situação, o Ibama aumentou a contratação de brigadistas em 18% em comparação ao ano anterior, totalizando mais de 2 mil pessoas trabalhando na prevenção e combate a incêndios florestais. Além disso, foram adquiridos equipamentos com recursos do Fundo Amazônia para fortalecer as ações de enfrentamento.

Em entrevista ao jornalista Murilo Pajolla, do Brasil de Fato, Agostinho ressaltou que o Ibama desenvolveu planos de combate ao desmatamento e às queimadas, com estratégias específicas para o Pantanal e a Amazônia. O instituto está monitorando os focos de queimadas por meio do Sistema do Fogo (Sisfogo) e trabalhando em parceria com outras instituições para prevenir e combater os incêndios florestais.

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Nilmar Lage/Greenpeace

Quanto aos crimes ambientais associados aos incêndios florestais, Agostinho destacou que cerca de 40% da floresta remanescente na Amazônia já é floresta degradada, resultado da herança de madeira e queimadas da gestão Bolsonaro. As regiões de florestas degradadas, especialmente na fronteira do arco do desmatamento, onde ainda há grande quantidade de material lenhoso, representam os maiores riscos de incêndios florestais.

O entrevistado mencionou o uso do embargo remoto, uma medida adotada durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que restringe o uso de terras onde foram cometidos crimes ambientais. O Ibama autuará e embargará as áreas com queimadas ilegais, impossibilitando sua utilização e impedindo o acesso a crédito agrícola. Recentemente, o Ibama já embargou 1,5 mil áreas como parte das ações de combate ao desmatamento, utilizando também o Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) para analisar os alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e realizar autuações remotas de áreas desmatadas ou queimadas ilegalmente.

“Nas áreas que tiverem queimadas ilegais, as pessoas serão autuadas e as áreas serão embargadas. Ou seja, se a pessoa usar o fogo para aumentar a área de utilização das propriedades, essa área ficará impossibilitada de ser utilizada” disse Agostinho ao Brasil de Fato.

Leia a entrevista completa aqui.]

Fonte: Mídia Ninja        Capa: Reprodução/Câmara dos Deputados

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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