Labibe Saad Generoso: A nossa Dona Babi de Formosa
Não há quem passe pelo centro da cidade e não pare, antes de chegar à Praça da Prefeitura, para tirar um dedo de prosa, ou ganhar um beijo carinhoso de Babi, Dona Babi, a mulher empreendedora, forte, atenciosa, trabalhadeira e exemplar que é Labibe Saad Generoso, filha de Joana Saad e de um próspero comerciante libanês chamado Nassin Abdala Saad (turco, não!), fugitivo da guerra, vindo de Kafaraka.
Por Iêda Vilas-Bôas
Ainda muito moça formou-se professora no Colégio São José. Por 18 anos, exerceu a profissão, em Formosa. No ano de 1960, passou em concurso para lecionar na recente Capital, mas o pai, muito zeloso, não permitiu que a filha pegasse a estrada todos os dias, melhor ajudar na educação dos filhos de Formosa, onde chegou a ser diretora de muitas escolas no município, trabalhando até 60 horas semanais: manhã, tarde e noite.
Um dia veio um moço falante, educado e gentil, de Belo Horizonte, e se apaixonou pelos negros cabelos de Dona Babi. Dali a pouco tempo se casaram, em 20 de maio de 1962, e formaram o querido casal Hircio Generoso e Labibe Saad.
Seu Hircio era exímio contador e veio trabalhar no Banco Mercantil, e Babi cuidando de lecionar e da boa criação de seus filhos: Aldo, Aline e Hircinho, que lhes deram netos e bisnetos.
Nessa mistura de raças, apareceu o meu compadre Frederico Ignácio Kachuko Iacovenko, de descendência russa, casado com Aline (cujo nome foi escolhido por influência da música em moda à época) e trouxeram ao mundo Murilo e Mônica, que virou estrela e foi morar com os anjos. A pequena Mônica, de quem ninguém jamais se esquece, faleceu aos 11 anos. Depois o vovô Hircio foi também para morada eterna. Tristes tempos.
O filho Aldo (homenagem ao avô paterno) casou-se com a renomada alfabetizadora Eulita e tiveram Karem, Alyne Grazielle, Aldo Neto. A família aumentou com Heloísa e Lara, filhas da Grazielle e do Bruno.
O filho Hircinho, casado com a professora Rogéria, é pai de Pedro Ivo, Eduardo e André. Pedro Ivo e Brenda contribuíram com a vinda da Helena. E André e Tainá esperam para julho mais uma integrante para essa admirável família: Olívia.
Em 1970, ela deixou a profissão e o marido deixou o Banco e abriram a Tabacaria e Papelaria Central. Seu Hircio cuidava das contas e das compras, e ela ficava e fica no balcão. Ali vende-se de quase tudo e ganha-se de brinde sorrisos, risadas e carinhos.
Babi é toda cordialidade, amor e dedicação para com todos. E nunca negou um pedido de ajuda ou um fiado para que um aluno não ficasse sem o material escolar. É no dia a dia, no atendimento aos clientes que Babi sofre junto, sorri, dá atenção especial, compartilha, ensina e aprende, e ali entre a correria de cuidar da casa nos fundos da loja e do balcão e atendimento colocou as crianças para ajudar desde novinhos, e ensinou na prática a lição de servir e de solidariedade.
Um passatempo e hábito de Babi é a leitura. Lê muito, principalmente sobre a vida dos santos e gosta de fazer palavra cruzada. Tem muitas amigas, que faz questão de visitar. É fiel devotada e serve de coração sua paróquia: a Igreja Matriz Imaculada Conceição.
Babi é personalidade marcante em nossa cidade: profissional de sucesso, mulher empreendedora, mãe zelosa, avó e bisa muito amada. Para o “amorzinho” de minha comadre Aline e nosso, fazemos esta homenagem e enviamos nosso bem-querer embrulhado em papéis de seda, celofane, lindíssimos papéis de presente, desenhados com canetinhas de neon e fitas multicores.
Para Babi, toda nossa admiração!
Iêda Vilas-Bôas – Escritora. Esse texto foi escrito em parceria com Aline GenerosoYacovenko, filha de Babi.
