A LENDA DA GALINHA D´ANGOLA

Lenda da Galinha D’Angola 

Conta-se que há muito tempo as aves viviam todas juntas, no mesmo ambiente. Mas, aos poucos, foi crescendo o sentimento de inveja entre elas e a convivência ficou muito difícil.

O pássaro mais invejado era o Melro. O macho tinha uma aparência muito bela, com bico alaranjado e penas negras; já a fêmea tinha o corpo em tons de preto e pardo-claro, e a garganta esbranquiçada. Todos queriam ser bonitos como essa espécie.

O Melro sabia que era muito bonito e invejado e prometeu aos outros pássaros que usaria seus poderem mágicos para transformar suas plumagens em brilhantes tons de negro se todos eles o obedecessem.

Entretanto, nem todos os pássaros foram obedientes. Melro então ficou muito bravo e alterou as características das espécies das aves.

Sendo assim, a galinha d’Angola foi transformada em um animal magro com uma fraqueza constante. Seu corpo tornou-se pintado assim como o do leopardo.

 
Fonte: Toda matéria
 
A LENDA DA GALINHA D´ANGOLA
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Qual a origem da galinha-d’angola?

Essa ave tão interessante tem origem na África Central e se espalhou pelo continente, chegando a Madagascar. Ultrapassou as fronteiras africanas com a chegada dos portugueses, que a disseminaram para outras partes do mundo como pássaros cativos.
O surgimento da galinha-d’angolatambém é explicado por uma lenda africana. Segundo esta, as aves viviam em harmonia, até que um dia a inveja se instalou. As aves queriam ser bonitas como o melro, e para retribuir a admiração, o pássaro determinou que todas que fizessem o que ele ordenasse teriam a sua beleza.
Mas a galinha-d’angola passou a desrespeitar as ordens, então o melro a rogou uma praga dizendo que ela seria eternamente magra, fraca e com as pintas do leopardo. Assim, ela seria devorada pelo felino, por ele não suportar a ideia de ter outro animal com suas pintas.
Daí vem o canto da galinha-d’angola, que soa como se ela estivesse dizendo: “Tô fraco”. As suas pintinhas brancas na plumagem e o corpo sempre esbelto também se justificam a partir dessa história.
Convenhamos que essa praga nem foi tão terrível assim! Afinal, o canto engraçado e a plumagem pintada são marcas registradas que tornaram essa ave tão popular e querida pelas famílias brasileiras. 

Como elas vivem?

Os tipos de galinha-d’angola mais comuns vivem em bandos e possuem uma organização interna de sobrevivência. Cada grupo tem um líder, que tem o papel de vigiar ao redor enquanto os outros se alimentam. Só após confirmar que está tudo tranquilo ele participa do banquete.
Esses bandos só se separam na época do acasalamento, quando passam a andar em duplas. O filhote da galinha-d’angola nasce após 26 ou 28 dias de incubação dos ovos.
Como são onívoras, essas aves se alimentam de orgânicos, como grãos e outros vegetais, além de animais, como larvas, vermes e minhocas. Daí a facilidade de criá-las, afora o fato de conviverem bem com outras espécies e serem resistentes a qualquer tipo de clima.
Uma curiosidade é que a galinha-d’angola voa baixo, assim como as galinhas domésticas mais tradicionais. Para percorrer grandes distâncias, dependem do deslizamento e de lugares mais altos. Mas será que todas são assim? Confira a seguir cinco diferentes tipos de galinha-d’angola.

A LENDA DA GALINHA D´ANGOLA
Petz

5 tipos de galinha-d’angola

Como se não bastasse a beleza e popularidade da galinha-d’angola pintadinha que nós conhecemos mais de perto, existem mais cinco tipos diferentes dessa espécie, todos ainda encontrados na África. Veja a seguir.

1- Galinha-d’angola Fraca-Cristata

Esse tipo é encontrado em florestas, bosques e savanas na África. Sua característica principal é a presença de plumas pretas no topo da cabeça. O corpo possui pintas brancas, assim como as que conhecemos de perto, porém o tom de cinza é mais escuro.
Seu comportamento é agressivo, portanto, nem pensar em tê-las no quintal da sua casa, ok? Ao crescerem, podem chegar até 50 centímetros de altura, um pouco menor do que a Capote.

2 – Galinha-d’angola de Peito Branco

Essa ave é a espécie mais rara de aves da Guiné, localizada na África Ocidental. É encontrada apenas em uma região da Costa do Marfim: Gana, Guiné, Libéria e Serra Leoa.
A galinha-d’angola de Peito Branco possui corpo preto, cabeça vermelha e pescoço e peito brancos, além de cauda e pernas longas. Os machos são maiores e possuem esporas nas pernas. 

3 – Galinha-d’angola Plumífera

Elas são encontradas em florestas da África Central e possuem semelhanças com a Fraca-Cristata. A diferença é que a crista preta é mais reta e não enrolada. Possui altura um pouco maior que as outras.

4 – Galinha-d’angola Negra

As informações sobre a galinha-d’angola negra ainda são poucas, por viverem isoladas. É inteiramente preta, com cabeça e pescoço sem pluma e rosados. Possuem crista e pernas curtas.

5 – Galinha-d’angola Vulturina

Pode ser considerada uma galinha-d’angola gigante, por ser a mais alta de todos os tipos, chegando a medir de 61 a 71 centímetros. Assim como a Plumífera, está presentes em florestas da África Central.
A  beleza da galinha-d’angola Vulturina encanta. O seu peito é azul e o resto do corpo é preto coberto de branco. As características marcantes também estão presentes nela: pintas brancas e pescoço e cabeça sem plumagem.
 
E aí? Tinha ideia da existência de tantos tipos de galinha-d’angola? É impressionante como a natureza é rica em diversidade! Se você quiser saber mais sobre outros animais exóticos, acesse o blog da Petz e divirta-se.
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ROMÃOZINHO E CORUJÃO – MITOS E LENDAS DO ARRAIAL DOS COUROS
Formosa antiga 1 prefeitura

Como em todos os lugares do mundo, a escuridão da noite propiciava o surgimento de lendas e mitos, envolvendo entidades fantásticas, assombrações aterrorizantes, monstros fabulosos. Em Formosa, duas entidades serviram, durante muito tempo, e persistiram até meados do século vinte, como meio para os pais amedrontarem as crianças e, daí, controlá-las: o Romãozinho e o Corujão. Não é sabida e época em que tais mitos foram introduzidos na região.

Romãozinho em tudo era parecido como Saci, nascido nos campos do Rio Grande do Sul. Era um menino amaldiçoado pela mãe, em razão das maldades que cometeu contra o pai e, como o Saci, perseguia viajantes nas estadas e preparava-lhes armadilhas, agredia-os e botava a perder a comida preparada para viagem, tão fundamental nas longas travessias pelo sertão. Essas duas entidades serviam para justificar a pouca durabilidade dos alimentos adrede preparados sem cuidados e sem tecnologias adequadas para as longas viagens pelo interior do país.

O Corujão não tem similaridade com qualquer outro mito brasileiro: era uma coruja enorme, cerca de um metro de altura, que possuía longa orelhas (sic) rastejantes, cujos ferimentos, pelos espinhos e pelas pedras dos caminhos, faziam-na gemer, tristemente, ao longe, mergulhada na escuridão da noite.

Alguns privilegiados corajosos  diziam ter enfrentado o Corujão e saído incólumes do encontro. Não se sabe, porém, se a entidade era, de alguma forma, agressiva. Tudo indica que os gemidos é que aterrorizavam a população.

A mula-sem-cabeça, mito bastante difundido no Brasil, também aterrorizava a população de Formosa. Eventualmente, mencionava-se o lobisomem, que vagava nas noites de lua cheia da Quaresma. As histórias de lobisomem, porém, surgiram tardiamente na cidade e podem mesmo ter sido importadas, já em pleno século vinte.

Ao lado das entidades fantasmagóricas, os habitantes de Couros e, depois, Formosa, sempre sentiram temores que comumente difundiam-se na população. Eram medos atávicos dos assaltantes, das gripes, da varíola, das invasões da cidade por bandos armados, bem como da polícia estadual, sempre afeita às ameaças e às agressões.

Asim, até os anos cinquenta do século passado, eles inquietaram-se ante entidades fictícias e entidades reais, estas sempre mais ameaçadoras do que aquelas. O crescimento da população, com a construção de Brasília e a chegada de pessoas de todo o país, contribuiu preponderantemente para o desaparecimento do medo das entidades imaginárias, mas não do medo das reais.

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Imagem do Romãozinho – Acervo IVB

Alfredo A. Saad foi um escritor primoroso. Seu livro “Álbum de Formosa” traz histórias inéditas, fundamentais para a compreensão da história social do município. Devia ser adotado nas escolas, devia fazer parte do acervo das bibliotecas, devia ser o presente institucional do município aos e às visitantes ilustres da cidade.

Seu filho Alfredo Antonio Saad Filho assim o descreve:

Alfredo Antonio Saad faleceu em 2011. Entre seus papéis, encontravam-se os originas do Álbum de Formosa.

Essa obra foi escrita por amor à cidade onde ele nasceu, e onde viveu alguns dos melhores dias de sua vida. Formosa foi, também, sua referência de família, não apenas por ser a morada de seus pais e de vários parentes, mas por ter sido o núcleo formativo de sua trajetória de vida, seu principal referencial de memória e seu local de acolhida.

Formosa foi a sua casa e este livro é um retorno a ela.

Álbum de Formosa é uma obra histórica e de anedotas, reconstituindo a trajetória da cidade, recontando passagens significativas de sua evolução, e relatando personalidades e momentos que a formaram.

O livro parte de um ponto de vista intensamente pessoal para oferecer um relato único, irônico, ácido,  cômico e melancólico das perdas impostas pelo tempo, pelo descuido e pelo progresso da cidade.

Ele funciona, assim, como um alerta para a necessidade de preservação da memória histórica e arquitetônica da cidade, como âncoras de identidade de seus habitantes.

SOBRE O ROMÃOZINHO

Existe um lindo  poema-livro da escritora Ieda Vilas-Boas, parcialmente publicado pela Xapuri. A ilustração é de Welyton Rodrigues.

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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