Lixo gerado no carnaval de rua será transformado em lixeiras sustentáveis
Já no primeiro final de semana do projeto foram recolhidas 24 toneladas de materiais como alumínio, plástico, papelão e vidro nos maiores blocos de carnaval de rua de São Paulo e Belo Horizonte.
Foram instaladas tendas de reciclagem em todos os maiores circuitos de blocos de rua, com o objetivo de diminuir o impacto ambiental do lixo gerado pelos foliões. As praças foram escolhidas por terem os maiores carnavais de rua do país.
Para dar corpo à ação, a ANCAT e mais duas entidades de catadores cadastraram cerca de 2.800 catadores e catadoras de material reciclável, que já estão atuando nessas capitais na coleta dos resíduos deixados pelos foliões.
“A ideia não é apenas cumprir as metas e compromissos de sustentabilidade traçadas pela empresa para os próximos anos, mas reverter isso em benefícios para as cidades, para que o compromisso ecológico não fique restrito apenas ao período de carnaval”, diz Rodrigo Figueiredo, vice-presidente de Sustentabilidade e Suprimentos da Cervejaria Ambev.
Para se ter uma ideia, só no primeiro final de semana foram recolhidas 24 toneladas de materiais como alumínio, plástico, papelão e vidro nos maiores blocos de carnaval de rua de São Paulo e Belo Horizonte. 40% desse material é plástico e, por falta de tecnologia adequada no Brasil, pelo menos 20% desse plástico ainda não possuí recurso de reciclagem. É desse material que a Ambev deve construir as duas mil lixeiras que serão usadas nas capitais.
Além de benefício ecológico, a iniciativa também tem se mostrado vantajosa para os catadores que foram cadastrados pela empresa nessas capitais. Em vez de vender o material reciclado para intermediários, a venda está sendo feita diretamente para a Ambev.
“Com a iniciativa, eliminamos em média três ou quatro intermediários, permitindo pagar um valor mais alto pelo trabalho desses catadores”, afirma Rodrigo Figueiredo. “Remunerando esses trabalhadores melhor, a gente também tem incentivado que eles nos tragam outros materiais que, no mercado com intermediários, têm baixo valor e interessa pouco a eles durante a coleta”, comenta.
Entre os materiais de pouco valor a que o representante da Ambev se refere estão as embalagens de plástico, papelão ou vidro, que no mercado chegam a valer até três vezes menos que as latas e lacres de alumínio. Esse valor de mercado se reflete nos índices de reciclagens do País. Enquanto o Brasil lidera o ranking mundial de reciclagem de latas, com quase 98% de reciclagem desses produtos, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), o índice de reciclagem de garrafas pets de plástico estão em torno de 50%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet).
“A Ambev tem um compromisso de acabar com a poluição de plásticos gerados pelos produtos da empresa até 2025. Produtos como o Guaraná Antártica já tem 60% dos embalagens recicladas, mas a gente precisa avançar mais e a ação do carnaval é uma dessas iniciativas”, declara o executivo da cervejaria.
Fonte: Conti Outra