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Lobo-guará ameaçado de extinção

Lobo-guará: um do Cerrado ameaçado de extinção

Por Vinícius Borges

O Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior dos canídeos da América do Sul. Habita locais com vegetação natural como campos, pastagens, e é característico do bioma Cerrado, predominando em , Tocantins, Distrito Federal e Minas Gerais.

Além do , pode ser visto em países como Argentina, Uruguai e Peru. Quando adulto, pesa cerca de 23 kg, mede entre 1,2 m e 1,3 m de comprimento e sua calda pode atingir 47 cm.

É um animal solitário e noturno, percorrendo pequenas distâncias durante o dia. Geralmente busca uma companhia somente na época de sua reprodução, cuja gestação dura cerca de dois meses e ocorre apenas uma vez por ano.

O Lobo-Guará não é um animal feroz, só ataca quando está com medo ou se sente acuado. É onívoro, alimentando-se de pequenos roedores, aves, lagartos, ovos de pássaros, frutas como a banana, a goiaba e a sua preferida, a fruta da lobeira, que recebeu este nome por ser tão importante em sua nutricional. Importante salientar as variações durante sua : na época da alimenta-se de forma mais carnívora; na época chuvosa, de forma mais herbívora.

A principal ameaça ao Lobo-Guará é a destruição de seu habitat natural, ocasionada pelo aumento da urbanização e pelas frequentes queimadas de pastos, obrigando estes animais a se deslocarem para as proximidades de fazendas e ranchos.

Atualmente, um dos principais locais onde pode ser encontrado este canídeo é o Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, onde o Lobo-Guará encontra-se protegido do contato com o ser humano e usufrui das condições ideais para sua reprodução.

Para evitar sua extinção, vêm sendo tomadas algumas medidas como a criação do Comitê de Manejo do Lobo-Guará, em 1990, e a tentativa, bastante complexa, de criar esse animal em cativeiro.

Mais recentemente foram feitas parcerias entre o Centro Nacional de Pesquisa e de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), o Instituto Pró Carnívoros e outros parceiros, promovendo ações como o controle e monitoramento dos animais e o auxílio à conscientização das comunidades em projetos de ambiental.

Vinícius Borges –  Graduando em . . Bolsista de Iniciação Científica.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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