Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.

Lula destaca papel do SUS na luta contra a Covid

Lula destaca papel do SUS e de seus trabalhadores na luta contra a Covid

Ao inaugurar dois novos blocos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, presidente também reafirmou seu compromisso na luta pela reconstrução do país e pela igualdade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou, nesta sexta-feira (30), os blocos B e C do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, ampliando em 70% a estrutura física da instituição. Durante a cerimônia, o presidente salientou a importância do SUS e reafirmou sua disposição em reconstruir o Brasil e combater a desigualdade no país e no mundo. 

Após recordar a luta para viabilizar o SUS, nos anos 1980, o presidente destacou o papel do Sistema e de seus trabalhadores no enfrentamento à Covid-19, mesmo com os obstáculos impostos pela falta de recursos, o descaso e o negacionismo do governo de Jair Bolsonaro.  

“Precisou acontecer uma desgraça no mundo, uma pandemia, e precisou a gente ter um governo negacionista para que o SUS pudesse —com todo o sacrifício da falta de recursos, mas com a dedicação de homens e mulheres que de forma extraordinária colocaram a sua própria via em risco para salvar a vida de outras pessoas — ser respeitado como jamais foi”, declarou. 

Lula disse que desde o início do governo tem, juntamente com o ministro da Educação, Camilo Santana, se reunido com os reitores “para ouvi-los e devolver à universidade brasileira o dinheiro que ela precisava para investir em pesquisa, para melhorar sua qualidade, para devolver as bolsas de estudo a mestres e doutores que tinham parado de serem distribuídas. Não precisa ter diploma para entender que não existe na história da humanidade nenhum país que se desenvolveu sem que antes não tivesse investido na educação; é a educação que pode fazer a revolução social que um país precisa”. 

Brasil da esperança

Em outro momento, o presidente elogiou o quadro formado pelos rostos das centenas de pessoas que acompanhavam o ato, ressaltando a esperança que transmitiam naquele momento. “Por que não podemos construir um país com a cara que estou vendo aqui? Por que a gente não pode construir um país em que as pessoas tenham esperança e consigam transformar as suas esperanças em realidade? Por que o país não pode ser melhor? Por que as pessoas não podem comer três vezes ao dia, ter um emprego decente, estudar o que quiser estudar, ter acesso à cultura e ao lazer? A gente pode e essa é a razão pela qual me dispus a voltar a ser presidente da República, é porque a gente pode”. 

O presidente afirmou, ainda, que nos governos Lula e Dilma Rousseff, “a gente conseguiu provar que era possível aumentar o salário mínimo sem causar inflação; exportar e, ao mesmo tempo, fazer crescer o mercado interno sem fazer inflação. A gente provou que era possível a gente crescer e distribuir o resultado do crescimento porque o crescimento não pode ser apenas para meia dúzia, tem que ser para todos. Conseguimos provar que o pobre não era o problema desse país e o pobre passou a ser a solução quando o colocamos no orçamento da União”. 

Ele reafirmou, ainda, estar “disposto a fazer uma campanha mundial para a gente acabar com a desigualdade no planeta. Não é possível a gente conviver com a desigualdade racial, de gênero, na qualidade da comida, no salário, nas oportunidades. Não é possível a gente não consertar o planeta Terra”. Lula mencionou ter tratado do assunto na recente visita que fez ao papa Francisco, no dia 21 de junho.

O presidente também salientou: “é importante a elite saber que a gente não fez opção pela miséria, ninguém gosta de ser pobre, de comer mal, de se vestir mal, de ganhar mal. A gente quer viver bem, dignamente e é esse país que vamos construir”. 

Participaram do ato os ministros Nísia Trindade (Saúde), Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo e o vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, entre outras autoridades e lideranças locais, profissionais de saúde e estudantes. 

Em sua passagem pelo Rio Grande do Sul, o presidente Lula também fez a entrega de mais de 400 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida em Viamão e almoçou com o governador Eduardo Leite no Palácio Piratini. 

Hospital de Clínicas

Ao todo, foram investidos R$ 555,5 milhões na expansão do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com recursos exclusivos do Ministério da Educação (MEC), que priorizou a verba no Plano Plurianual – em 2011 e 2012 –, na gestão da presidenta Dilma Rousseff.

A conclusão da obra ocorreu no fim de 2019, mas o planejamento de ocupação foi postergado para que a estrutura fosse utilizada emergencialmente no enfrentamento da pandemia de Covid-19, consolidando o HCPA como o maior centro de referência no tratamento de alta complexidade da doença no Rio Grande do Sul.

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre é uma instituição pública e universitária, integrante da rede de hospitais universitários do MEC e vinculada academicamente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 

Atuando desde 1971, responde por parcela significativa dos atendimentos ao SUS no estado, inclusive de alta complexidade. Em 2022, o HCPA realizou mais de 44 mil procedimentos cirúrgicos, 487 mil consultas presenciais, 41 mil teleconsultas, 3 milhões de exames, 31 mil internações e 346 transplantes.

Como instituição de ensino superior, o hospital apoia atividades de 17 cursos da UFRGS e possui programas próprios de ensino nos níveis de residência, pós-graduação e estágios, além de produzir pesquisas científicas e gerar inovação em saúde.

Fonte: Portal Vermelho      Capa: Ricardo Stuckert/PR


[smartslider3 slider=43]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA