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Lula lança programa para ampliar resistência à crise climática

Lula lança programa para ampliar resistência à crise climática

Iniciativa pode se tornar referência para outros países enfrentarem efeitos das mudanças no . Evento foi primeira aparição pública do presidente após cirurgias

Por Priscila Lobregatte/Portal Vermelho

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, nesta terça-feira (24), sua primeira participação em evento público após duas cirurgias realizadas no final de setembro. Ele lançou o programa Vivo, Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais no Nordeste, juntamente com o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministros e dirigentes do Banco Nacional de (BNDES) e da ONU (Organização das Nações Unidas).

Lula chegou andando sem dificuldades ao Palácio do Planalto, mas não discursou durante a cerimônia, que contou, ainda, com a presença de governadores do Nordeste e de outras autoridades. 

Pelas redes sociais, o presidente declarou: “Participei do lançamento do Sertão Vivo, uma parceria do BNDES e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) da ONU. A iniciativa do governo federal, que conta com R$ 1,75 bilhão, tem como objetivo apoiar projetos no Nordeste que promovam o aumento da capacidade da população de resistir à seca, armazenar água e produzir no semiárido”.  

Lula acrescentou que cerca de 430 mil famílias serão beneficiadas, entre agricultores familiares, povos indígenas, quilombolas e assentados da . “Nosso governo está comprometido com o combate às mudanças climáticas em todas as frentes”, finalizou. Essas famílias representam cerca de 1,8 milhão de pessoas, nos nove estados do Nordeste.

Programa estratégico

Ao explicar o projeto, a diretora socioambiental do BNDES e ex-ministra Tereza Campello assinalou que a meta original era lançar o programa pouco antes da COP 28 — que acontece de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai —, mas foi antecipado em um mês. 

“O projeto é estratégico por vários motivos. Primeiro, porque ele consegue unificar três dos principais desafios que estão colocados para o Brasil e para o : o enfrentamento da — 75% dos beneficiados do programa são do Cadastro Único —; o enfrentamento das mudanças climáticas — o Nordeste certamente é um dos territórios do Brasil que mais sofrerão com as mudanças climáticas — e também a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis”, explicou Tereza. 

Ela destacou que o semi-árido nordestino pode ser referência para a solução de desafios colocados pelo aquecimento global, tem um patrimônio genético decisivo para a produção de alimentos em um cenário de aquecimento global acima de 1,5ºC e hídrico. 

A diretora do BNDES também salientou que o programa vai aumentar a resiliência das comunidades rurais do semiárido da região em relação às mudanças climáticas, com adoção de tecnologias de captação, armazenamento e reuso da água; diversificação da produção agrícola com aumento da produtividade e restauração de biomas, aumento da capacidade de resistir a eventos de seca e redução da emissão de gases de efeito estufa. 

Parceira com a ONU

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Lula com Mercadante e Tereza Campello, do BNDES, e o ministro Paulo Teixeira. Foto: Ricardo Stuckert

Claus Reiner, diretor do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU, enfatizou que este “é o primeiro financiamento do Fida em nível mundial com o Banco de Desenvolvimento Internacional, resultado de uma mudança nos estatutos do Fida que o Brasil impulsionou”. 

Ele acrescentou, no entanto, que o mais significante é o fato de que este é o “primeiro projeto assinado com a atual administração do Brasil, que colocou a contra a pobreza e contra a insegurança alimentar na sua primária, principal”.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante declarou que o este “não é apenas um projeto social, é também um imenso campo de pesquisa, um projeto portador de futuro, não só para o Brasil, mas que a FAO vai se inspirar para levar a outras regiões, por exemplo, da África, e é um projeto estratégico para o Brasil”. 

Fonte: Portal Vermelho Capa: Ricardo Stuckert


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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