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Manaus, 5-6/10: Comunidades Extrativistas vendem pirarucu orgânico na AgroUfam

Manaus, anote aí –  Nesta quinta-feira, 5 de outubro, e sexta-feira, 6 de outubro, na tradicional Feira da Agricultura Familiar da Universidade Federal do Amazonas (AgroUfam), comunidades extrativistas e ribeirinhas venderão, a excelentes preços,  o pirarucu orgânico, manejado nas Unidades de Conservação do Médio e Baixo Juruá.

A AgroUFam acontecerá no Campus da Universidade Federal do Amazonas, Blocos I e II, Setor Sul -Avenida General Rodrigo Otávio, 1.200 – Coroado I. Nos dois dias, Feira abre às 7h da manhã e vai até as 18h no dia 5. No dia 6, as atividades de venda serão encerradas às 16h.

Embora a AgroUfam esteja já em sua 42a edição, esta é a primeira vez em que o pirarucu manejado nos rios da floresta Amazônica será comercializado pelas próprias comunidades será vendido nos estandes da Feira. Essa é uma grande conquista do projeto de manejo do Pirarucu, apoiado pela Ufam e pelo Memorial Chico Mendes.

Iniciado há 20 anos como uma tentativa de conservação dos lagos pelas comunidades ribeirinhas, o projeto faz o manejo do pirarucu com sucesso há oito anos e, ao longo desse tempo, resultou na pesca e na comercialização de 180 toneladas de pirarucu, gerando ocupação e renda para as famílias de 17 comunidades das Reservas Extrativistas do Baixo e Médio Juruá e de Desenvolvimento Sustentável Uacari.

Fruto da organização social das famílias ribeirinhas, esse modelo de proteção de lagos para a conservação dos recursos pesqueiros, por meio de estratégias participativas e muito envolvimento comunitário, tem gerado imensuráveis ganhos ambientais com a recuperação, reprodução e o aumento dos estoques das espécies em mais de 100 lagos preservados, contribuindo, assim, com a sustentabilidade da região.

Conforme dados do Memorial Chico Mendes (MCM), entidade de apoio técnico-operacional às comunidades extrativistas da Amazônia, localizada em Manaus, o manejo do pirarucu gera ocupação e renda para mais de 200 famílias, vinculadas a cerca de 20 organizações que integram a Rede do Médio e Baixo Juruá de Conservação dos Ecossistemas dos Lagos.

Ao mesmo tempo em que esse trabalho fortalece a participação e a organização comunitária, esse trabalho vem transformando realidades e melhorando a economia e a qualidade de vida das pessoas que vivem na floresta, por meio da produção sustentável sob a gestão das organizações comunitárias.  Dados da pesca de 2016 resultaram, segundo oMCM, em uma renda de cerca de R$ 450 mil reais, ou seja, cada família alcançou uma renda média de R$ 2.300,00.

Em 2017,o manejo produzirá 62 toneladas de pirarucu no Médio Juruá. Já no Baixo Juruá, serão produzidas 39 toneladas. Nos dois casos, toda a produção é fruto exclusivo do manejo de lagos protegidos pelas comunidades locais.

pirarucu mcm mulher cortando carne

AGROUFAM: OPORTUNIDADE ÚNICA PARA A COMPRA DO PIRARUCU DE MANEJO 

A Feira da  Agricultura Familiar da Ufam,, a AGROUFAM, é uma oportunidade para vender diretamente à população consumidora de Manaus o pirarucu de manejo produzido pelas comunidades extrativistas.

Para a Associação dos Produtores Rurais de Carauari – ASPROC, que coordena a comercialização, a Feira amplia as possibilidades de mercado para este produto orgânico, originário da sociobiodiversidade da Amazônia, muito apreciado pelas pessoas da região, do Brasil e do mundo inteiro.

Além disso, estreita os circuitos de comercialização das comunidades com a população da capital, que poderá consumir o pirarucu orgânico, alimento saudável e regional, fruto do trabalho que alia a conservação do meio ambiente à geração de renda de forma sustentável para quem vive dos recursos naturais da floresta Amazônica.

 

pirarucu mcm manejo rio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PIRARUCU DISPONÍVEL NA FEIRA DE AGRICULTURA FAMILIAR DA UFAM – AGROUFAM

O pirarucu manejado do rio Juruá e dos lagos do Médio e Baixo Juruá poderá ser comprado na Feira, conforme a seguinte tabela de preços. Confira:

Pirarucu orgânico

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INFORMAÇÕES

Para mais informações sobre o manejo e comercialização do pirarucu nos lagos do Médio e Baixo Juruá, entrar em contato com:

ASPROC 

 Rua Castelo Branco, 380 – Centro, CEP: 69500-000

Carauari-AM. Fone/Fax: (97) 3491-1023

E- mail: asproc.associacao@gmail.com

MEMORIAL CHICO MENDES 

Mensagens inbox para a página do Memorial Chico Mendes na Facebook

Memorial Chico Mendes   ou pelo telefone 92- 33074272.

 

pirarucu mcm canoa

SOBRE O PIRARUCU  

O pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores peixes de água doce do Brasil.  Seu nome vem das palavras tupi: pirá, “peixe” e urucum, “vermelho”, devido à cor de sua cauda.

Pode atingir três metros e seu peso pode ir até 200 kg. É um peixe encontrado geralmente na bacia Amazônica, mais especificamente nas áreas de várzea, onde as águas são mais calmas.

Costuma viver em lagos e rios de águas claras e ligeiramente alcalinas com temperaturas que variam de 24 a 37 °C, não sendo encontrado em zona de fortes correntezas e águas ricas em sedimentos.

Conhecido como o bacalhau da Amazônia, o pirarucu é servido como componente principal em diversos pratos típicos do Amazonas, um desses pratos é o “Pirarucu à casaca” que é bastante servido em festejos juninos.

Sua carne é bastante apreciada no estado, onde é bastante requisitada. Além disso, partes de seu corpo, como sua escama, eram utilizadas no passado como lixas para unhas e outras utilidades.

Fonte:  https://pt.wikipedia.org/wiki/Pirarucu

 

Pirarucu jornal ggn

A LENDA DO PIRARUCU 

Diz a lenda que Pirarucu era um jovem e bravo guerreiro indígena do povo Uiá que, mesmo sendo filho do chefe Pindarô, um homem bom e generoso, nasceu e se criou com um coração muito perverso.

Segundo o que se conta, Pirarucu não tinha jeito: vivia criticando os deuses e, quando seu pai descuidava, executava seus próprios irmãos de aldeia por razão nenhuma.

Cansado dos desatinos de Pirarucu, Tupã um dia convocou os poderes de Polo, o relâmpago, e de Iururaruaçu, a deusa das correntes, para puni-lo. Foi então que Pirarucu enfrentou a maior de todas as tempestades, quando pescava às margens do Rio Tocantins.

Pirarucu bem que tentou escapar, mas um relâmpago fulminante o atingiu no peito, e seu corpo, ainda vivo, foi levado para as profundezas do rio, onde se transformou no peixe que conhecemos hoje.

Fonte: http://xapuri.info/cultura/lenda-do-pirarucu/

Foto: GGN

pirarucu couro mcm 2

 

ANOTE AÍ:

O texto desta matéria foi produzido por Zezé Weiss (Maria Jose Weiss) , da Xapuri Socioambiental (Xapuri Socioambiental), com base em release enviado pelo Memorial Chico Mendes. As fotos foram fornecidas pelo Memorial Chico Mendes.

 

 

 

 

MAIS FOTOS DO MANEJO DO PIRARUCU

Pirarucu barco com pescador 1

pirarucu mcm canoa pb

pirarucu carne cortada mcm

 

pirarucu mcm mulher cortando carne 1

pirarucu manoel cunha 1

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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