Maria Firmina dos Reis
A memória ancestral. As tradições africanas em nossa raiz cultural. Seu texto é fundador. Tem sapiência cultural
Por Gustavo Dourado
Maria Firmina dos Reis
Escritora brasileira
Negritude na essência
Romancista pioneira
Romântica do Maranhão
Com a verve sementeira
Nasceu em São Luís
Capital do Maranhão
Dia 11 de outubro
1825, em ação
Veio Maria Firmina
Trazer a transformação
Filha de João Pedro e Leonor
Maria Firmina de primeira
Mulher de grande talento
Caminhou na dianteira
Luzeiro na escuridão
Abriu uma grande clareira
1830
De São Luís ela mudou
Em São José de Guimarães
Novo endereço encontrou
Com uma tia materna
Fez trabalho e estudou
1847
Cadeira de instrução
Professora por concurso
No Estado do Maranhão
Mestra aos 22 anos
Luminar da educação
1859
O livro “Úrsula” publicou
Romance abolicionista
A escravidão denunciou
Para libertar os escravos
Com bravura ela lutou
O seu romance “Úrsula”
Publicação pioneira
Sendo Maria Firmina
Raiz afro-brasileira
A primeira romancista
Com sua alma luzeira
Autora afrodescendente
Na terra tupiniquim
África e Portugal
Uma mistura boa assim
Produziu grande talento
É flor em nosso jardim
1871
Fez Cantos à beira mar
Colaborou em jornais
Arte negra a borbulhar
Contestou a escravidão
Lutou para transformar
1880
Do ensino aposentou
Criou uma escola mista
À educação renovou
Mas com a perseguição
A escola logo findou
1887
“A Escrava” publicou
Campanha abolicionista
Maria Firmina lutou
Postura antiescravista
Com seus textos reforçou
Hino da libertação dos escravos
Úrsula, Cantos à beira-mar
No parnaso maranhense
Sua escritura a brilhar
Com Gupeva e a Escrava
Histórias soube contar
Nossa primeira romancista
Merece todo louvor
Precisa ser divulgada
Em seu viés contestador
Ser estudada nas escolas
Para aplaudir o seu valor
Prima de Sotero dos Reis
Um reconhecido escritor
Por parte de sua mãe
Uma espécie de protetor
Que deu suporte a Maria
Pelo universo criador
1917
Faleceu no Maranhão
Viveu 92 anos
Lutou pela educação
Mulher negra consciente
Foi vate da transformação
Maria Firmina dos Reis
A memória ancestral
As tradições africanas
Em nossa raiz cultural
Seu texto é fundador
Tem sapiência cultural
Gustavo Dourado – Poeta. Escritor. Presidente da Academia Taguatinense de Letras.