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Marielle, 3 anos depois da execução: Uma nova esperança contra a impunidade

Marielle, 3 anos depois da execução: Uma nova esperança contra a impunidade

, 3 anos depois da execução: Uma nova esperança contra a impunidade – O jornalista Chico Otávio, autor de Mataram Marielle – Como o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes escancarou o submundo do crime carioca (Intrínseca, 2020), com a colega do jornal O Globo Vera Araújo, lembra os sucessivos tropeços das investigações destes homicídios.

Por Roberta Pennafort/bbc.com/portuguese/brasil

“A polícia tinha que ter feito um gigantesco acervo de imagens nas primeiras 24 horas do crime e procurado testemunhas no local. E o erro principal foi apostar numa única linha de investigação durante meses. Teve também descontinuidade com as trocas (de delegados e promotores)”, diz o jornalista.

Uma nova esperança é a força-tarefa recém-anunciada pelo Ministério Público para tratar do caso, com a volta da promotora Simone Sibilio como chefe da equipe. Foi ela a responsável por denunciar Ronnie Lessa e Élcio Queiroz à Justiça como os executores de Marielle e Anderson.

O anúncio de que o delegado Moysés Santana, da Delegacia de Homicídios, também irá se dedicar exclusivamente a essa investigação é outro possível prenúncio de que os trabalhos vão voltar a engrenar. Será o terceiro delegado responsável pelo caso.

“Simone dorme e acorda pensando em Marielle”, conta Chico Otávio. Mas ele acha possível, entretanto, que o mandante não seja descoberto jamais.

O jornalista diz que a escassez das provas técnicas e a fragilidade das que existem é um entrave desde o início — o carro e a arma usados pelos criminosos nunca foram encontrados, por exemplo, e não há imagens do momento da execução. A essa altura, seria difícil conseguir evidências mais robustas.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), padrinho político e amigo de Marielle, presidiu em 2008 a CPI das milícias, na Assembleia Legislativa do Rio, que terminou com o indiciamento de mais de 200 pessoas. Ele diz crer numa resolução do caso.

O parlamentar, que até hoje circula com seguranças por conta das ameaças sofridas, não tem dúvida do envolvimento de milicianos — embora Marielle, que trabalhou em seu gabinete, não tenha desempenhado um papel de destaque na CPI nem sofrido intimidações após ser eleita vereadora.

“A família dela é a minha família. Eu perdi meu irmão assassinado, e a dor é equiparável. Penso nisso todo dia, me movo por isso. Vou à delegacia toda semana, e vejo chance de chegar aos mandantes. O novo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, é uma pessoa comprometida. Mas não é simples, foi um crime com um nível de sofisticação que nunca se tinha visto no Rio”, afirma Freixo.

A vereadora Marielle Franco, uma mulher negra jovem e sorridente, com uma faixa nos cabelos crespos
Divulgação/PSOL

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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