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Marina e Riedel prometem alinhar uma lei estadual pelo uso equilibrado do Pantanal

Marina e Riedel prometem alinhar uma lei estadual pelo uso equilibrado do Pantanal

Grupo de trabalho terá 60 dias para contribuir com a proposta igualmente em debate no parlamento do Mato Grosso do Sul.

Por Aldem Bourscheit/O Eco

Um time com representantes dos governos federal e estadual deve detalhar, em até 60 dias, propostas para a legislação do Pantanal do Mato Grosso do Sul. As reuniões serão quinzenais. 

O trabalho incluirá diretrizes para monitorar, prevenir e debelar o desmatamento e os incêndios, bem como de incentivos econômicos para reduzir a degradação da vegetação nativa. 

A portaria firmando o aperto de mãos foi assinada ontem (28) pela ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e pelo governador Eduardo Riedel, em Brasília (DF). 

Um total de 3.517 km² foram eliminados no Pantanal sul-mato-grossense  de 2016 a 2022, perfazendo um crescimento de 25,4% sobre os 2.622 km² eliminados de 2009 a 2015. 

O salto nas perdas de vegetação nativa ocorreu desde a publicação de um decreto estadual, em 2015. A flexível norma batia de frente com as regras da legislação florestal brasileira de 2012.

A disparada na devastação fez o governador Riedel suspender as autorizações para desmate no Pantanal do estado, em meados de agosto, e disparar os debates para uma lei do bioma. As informações são do MMA.

Aldem Bourscheit – Biólogo e Jornalista. Fonte: O Eco. Foto: Mauricio Maranhão / Creative Commons.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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