Mélenchon: Sejam, sejamos todos Lula!

Mélenchon: Sejam, sejamos todos !

É importante que ele saiba que  jamais estará sozinho! Caso Lula será inspiração para movimento internacional contra jurídica

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

Saem os tanques; entram os homens de toga. Basta olhar para o de hoje para entender do que se trata a expressão guerra jurídica – cujo princípio básico é recorrer a manobras jurídico-legais com claros objetivos políticos. Mas como em toda guerra, há sempre os que se dispõem a lutar pelo restabelecimento da .

Jean-Luc Mélenchon é um deles.  Não à toa, o líder e fundador do movimento França Insubmissa decidiu vir ao Brasil para se encontrar na quinta (5) com Luiz Inácio Lula da , seguramente a maior vítima da politização do Judiciário do . Ao lado de Fernando Haddad e Aloizio Mercadante, o francês fez da visita ao ex-presidente oportunidade única para debater o tema e encontrar meios de combater as guerras jurídicas pelo .

Resultado: o anúncio de uma grande mobilização internacional em defesa da libertação imediata de todos os que, assim como Lula, tornaram-se presos políticos.  “Grande parte da nossa visita com Lula foi para discutir justamente isso. Porque é a primeira vez que vejo no mundo da  alguém ser condenado por fatos indeterminados de ofício. Claramente não houve limites na utilização da justiça (para levá-lo ao cárcere sem prova nem crime)”, declarou Mélenchon.

Haddad explicou a proposta: “Discutimos longamente a questão da guerra judicial que acontece no mundo inteiro. Isso está espalhando, inclusive na Europa. Deve ser lançado esse movimento internacional contra o que é chamado de lawfare, contra a guerra judicial. isso é muito importante poque lideranças democráticas do mundo inteiro vão se unir em torno dessa agenda”.

Mélenchon também falou as razões que o motivaram a vir ao país para defender o ex-presidente com maior aprovação da .  É preciso que ele saiba que  jamais estará sozinho. Sejam todos Lula.  Esta é a melhor coisa que vocês podem fazer por vocês mesmos”, declarou, enviando mensagem ao brasileiro.

Fonte: Facebook

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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